Hemodiálise: Geraldo quer audiência para discutir vagas
Deputado diz que audiência pública pode apontar medidas para assegurar atendimento aos renais crônicos de Dourados e região
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB) defendeu, nesta quarta-feira, a realização de uma audiência pública na Câmara Municipal de Dourados para buscar solução à falta de vagas na rede pública ao tratamento de pacientes portadores de insuficiência renal crônica. Segundo Geraldo, o problema não será resolvido apenas com reunião entre autoridades da área de saúde.
“É preciso uma discussão ampla, em nível regional e no âmbito estadual, com a participação de especialistas para que tenhamos um diagnóstico completo”, disse Geraldo, que nesta quinta-feira vai discutir com a secretária de Saúde do Estado, Beatriz Dobashi, a política estadual na área de nefrologia, abordando o problema dos renais crônicos e também a questão dos transplantes.
Geraldo vai discutir a pauta da audiência com a secretária municipal de Saúde, Sílvia Bosso; o diretor do Hospital Universitário Wedson Desidério e diretoria da Clínica do Rim - instituição conveniada e propor a participação da secretária Dobashi. A ideia é promover um debate regional e estender a discussão no Estado.
Segundo Geraldo, que é médico e membro da Frente Parlamentar da Saúde, a solução da falta de vagas para os pacientes que necessitam de terapia renal substitutiva (hemodiálise), que já se arrasta há alguns anos, precisa de uma solução urgente. “Vou procurar os setores responsáveis e me colocar à disposição para auxiliar naquilo que estiver ao meu alcance, para que possamos encontrar uma saída definitiva, que virá com a reorganização da política de saúde.
O deputado diz que há várias propostas, como o credenciamento do Hospital Universitário junto ao Ministério da Saúde para prestar esse tipo de serviço, medida que inclusive já foi aprovada pelo Conselho Gestor do SUS em 2007. “Tenho informações de que o HU tem duas máquinas e profissionais capacitados, que poderiam atender por enquanto, pelo menos os pacientes que estão internados no hospital”.
Essa medida seria paliativa, até que seja providenciado o cadastramento do HU e os investimentos necessários para a ampliação do número de equipamentos exigidos. “Sabemos que hoje, até para atendimento aos pacientes internados no Hospital Universitário é necessário o deslocamento de máquinas da Clínica do Rim, que é a unidade terceirizada no convênio do Hospital Evangélico com o Município, por isso entendo que não há como discutir apenas as questões pontuais, mas apontar para uma política global”.
Outra alternativa que pode ser avaliada na audiência proposta pelo deputado seria a criação de mais um turno, além dos três atuais, para que haja oferta de novas vagas para hemodiálise, autorização que vem sendo solicitada pela Clínica do Rim ao Município, “em caráter de urgência” desde outubro do ano passado, “em função do aumento desordenado da demanda pelo referido tratamento na Região da Grande Dourados, fato este já comunicado anteriormente”.
Uma terceira opção, de acordo com informações colhidas pelo deputado junto a autoridades na área, seria a transferência de alguns pacientes oriundos de Nova Andradina para serem atendidos em Campo Grande; e outros, de cidades mais próximas a Dourados, para o serviço em Ponta Porã.
“Como já disse, essa seria uma medida paliativa, de maneira provisória, para resolver o problema de maneira imediata, mas a solução definitiva somente viria com a reorganização do setor, que viabilizaria um conjunto de medidas, como o credenciamento do Hospital Universitário ou a expansão da estrutura oferecida atualmente pela Clínica do Rim”, diz Geraldo Resende.
Estrutura
De acordo com Resolução da Diretoria Técnica Colegiada, órgão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a cada 200 mil habitantes deve ser oferecido, pelo SUS, um centro de nefrologia. Como Dourados é referência para uma região que tem em torno de 600 mil habitantes, já deveria ter sido contemplada com pelo menos mais uma unidade nefrológica.
A implantação deste novo centro no HU de Dourados já foi aprovada pelo Conselho Gesto do Sistema Único de Saúde há aproximadamente quatro anos. No entanto, este serviço depende de investimentos de cerca de R$ 4 milhões, que dependem de liberação pelo Ministério da Saúde.