Os dispositivos médicos foram tema de debate, nesta terça-feira 18/8, no Senado
21/08/2015 09h27
O assunto reuniu representantes dos setores público e privado e da sociedade civil no II Fórum Nacional de Produtos para Saúde
Como forma de estimular um maior debate sobre a pesquisa e o desenvolvimento do setor de produtos e dispositivos médicos no País, o Programa Ação Responsável promoveu, no dia 18 de agosto, o II Fórum Nacional de Produtos para Saúde no Brasil. Realizado em parceria com a Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), o evento movimentou o auditório do Interlegis, no Senado Federal, das 9 às 14h. Participaram da cerimônia de abertura, a presidente do Ação resposnaévl Clementina Moreira Alves, a senadora Ana Amélia (PP/RS), os deputados federais Geraldo Resende (PMDB/MS) e Odorico Monteiro (PT/CE), o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, e o presidente da ABIIS, Carlos Eduardo Gouvêa. Na ocasião, foi lançado o livro “Saúde 4.0: Propostas para Impulsionar o Ciclo das Inovações em Dispositivos Médicos (DMAs) no Brasil”.
“O Brasil precisa seguir e ter ousadia para inovar com criatividade”, destacou a senadora Ana Amélia em seu discurso no II Fórum Nacional de Produtos para Saúde. Autora de um projeto de lei que prevê maior incremento econômico para a saúde, possibilitando doações diretas a instituições públicas e privadas, a parlamentar citou, na oportunidade, o PLS 200, que trata do incentivo às pesquisas clínicas. “Os desafios que precisamos superar em inovação dependem do desenvolvimento da pesquisa médica e farmacêutica no País. A população espera por isso”, pontuou, assumindo compromisso em continuar lutando por melhorias no setor.
No evento, o deputado federal Geraldo Resende (PMDB/MS) citou os avanços da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Máfia das Próteses na Câmara dos Deputados. O parlamentar presidiu a Comissão que indiciou 10 pessoas, entre médicos, advogados e outros envolvidos e apresentou quatro projetos de lei, além de apresentar orientações para o Ministério da Saúde, Conselho Federal e estaduais de Medicina.
Referência de atuação na área de saúde, o deputado federal Odorico Monteiro (PT/CE) elogiou, no Fórum, a iniciativa da ABIIS na produção do documento Saúde 4.0. O deputado apontou o país como muito atrasado na questão da incorporação de novas tecnológicas se comparado a outros países. “O Brasil precisa colocar essa temática na sua agenda. O custo da saúde é de toda a sociedade”, atentou.
Também presente na abertura do evento, o secretário Adriano Massuda alertou para a necessidade de se mudar o formato das pesquisas em inovação e chamou atenção para a importância das parcerias. “Temos, na Secretaria, 98 parcerias em desenvolvimento, envolvendo os setores público e privado, para a incorporação e desenvolvimento de novos produtos. As PDP’s são iniciativas que estão dando certo”, argumentou. Os tratamentos de oncologia, segundo ele, devem passar em breve por uma grande revolução, devido à incorporação de equipamentos novos de radioterapia, decorrentes dessas parcerias.
“Não adianta só ter a tecnologia se não tem o profissional que opera”, destacou o secretário ao falar sobre a importância de médicos especializados para lidar com novos equipamentos. Massuda citou o exemplo de Curitiba, onde 50 profissionais do Mais Médicos fizeram toda a diferença no atendimento à população, devido à escassez de especialistas.
Presidente da ABIIS, Carlos Eduardo Gouvêa apresentou, no evento, gráficos e dados sobre os dispositivos médicos no Brasil e no mundo. De acordo com Gouvêa, o setor abrange mais de 500 mil tecnologias médicas, usadas no diagnóstico, prevenção, controle, tratamento ou atenuação, seja de uma doença, ou lesão. Na oportunidade, detalhou o processo de produção da obra “Saúde 4.0”, lançada na ocasião. De acordo com ele, o livro, além de conceituar corretamente os dispositivos médicos e sua aplicabilidade, pretende “incentivar o desenvolvimento de políticas públicas para ampliação do acesso de direito da população à saúde, compatibilizando a disponibilidade das tecnologias de produtos para a saúde como necessidades”.
O evento seguiu com apresentações de palestras técnicas, ministradas por conferencistas convidados: o gestor do Núcleo de Pesquisa Clínica da Universidade Federal de São Paulo, Marcelo Machado Fonseca; o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde (SVS/MS), Cláudio Maierovitch; o gerente geral da Gerência de Tecnologia de Produtos para a Saúde da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Leandro Rodrigues Pereira; e a diretora da Websetorial Consultoria Econômica, Patrícia Marrone. As palestras e o debate final foram moderados pelo presidente da ABIIS, Carlos Gouveia.
Fonte Instituto Brasileiro de Ação Responsável