Solidariedade a nossa gente

Solidariedade a nossa gente

Geraldo Resende

Os tempos estão, de fato, mudados. Os mais antigos se recordam de quando olhavam pro céu e faziam previsões climáticas. “Hoje vai chover”; “Esse ano vai ter uma seca forte”; “O inverno será rigoroso” – eram previsões levadas a sério e, guardadas as proporções, orientavam bem as pessoas quando a tecnologia que temos hoje para prever o clima não existia.

Apesar de todos os avanços tecnológicos, ainda não conseguimos fazer previsões que nos livrem de catástrofes como as que aconteceram em Angra dos Reis, em São Paulo ou aqui mesmo, no Sul do nosso Estado. E os resultados dessa imprevisibilidade são prejuízos financeiros, dor e sofrimento para as populações das cidades atingidas.

Este começo de ano foi um pouco diferente dos anteriores. A temporada de chuvas veio com força e causou problemas que surpreenderam a todos. Em vários pontos do Estado, a intensidade e o volume das águas fizeram os rios transbordar, saindo dos leitos normais e avançando sobre vilas, bairros e cidades inteiras.

Na lista das cidades mais atingidas estão Coxim, Aquidauana, Miranda, Ivinhema e Novo Horizonte do Sul. Nesta última, inclusive, eu pude ver de perto a extensão dos prejuízos e quase me tornei, junto com o deputado Moka, uma das vítimas dos estragos provocados pelas chuvas.

É que no dia em que choveu de forma mais intensa, nós estávamos cumprindo um roteiro de viagem que incluía a visita a quatorze municípios da Região. Quando nós estávamos voltando de Novo Horizonte do Sul, um dos trechos da MS 475, por onde havíamos acabado de passar, não resistiu à força da chuva e cedeu, deixando a cidade praticamente isolada.

O drama vivido por milhares de famílias do Mato Grosso do Sul não é diferente de quem está vivendo a mesma situação em São Paulo ou no Rido Grande do Sul. Foi por isso que nós, parlamentares, decidimos interromper o período de recesso das atividades em Brasília e agendamos uma conversa com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima.

Junto com o governador André Puccinelli, eu, o Moka, o Vander, os secretários Girotto e Marun e os prefeitos das regiões mais atingidas, estivemos, na última quarta-feira no Ministério da Integração e tivemos a oportunidade de mostrar ao ministro a gravidade da situação.

Nossa força-tarefa deve surtir efeitos práticos em pouco tempo. O ministro mostrou receptividade e compreensão ao pedido apresentado a ele, que prevê liberação de recursos para socorrer as cidades atingidas o mais imediatamente possível.

De acordo com os dados reunidos pelo governador e pelos prefeitos, serão necessários R$ 22 milhões de reais para reconstruir o que foi destruído e para dar tranqüilidade à população. O ministro acha que será possível liberar algo em torno de R$ 15 milhões já nos próximos 30 dias.

É um passo importante. E demonstra que a arte de fazer política, quando levada a sério, pode resultar em ganhos reais para todos, principalmente para a população. Evidentemente, o nosso trabalho está apenas começando. Mas a solidariedade com a nossa gente será a tônica de todo esse processo. Superando as divergências políticas, vencendo as barreiras partidárias e tendo o bem estar da população como foco principal.

Médico e deputado federal PMDB-MS


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