Transplantes em MS
Transplantes em MS
Geraldo Resende
Li, hoje (5) neste jornal, matéria com o título “Mais de 400 pacientes aguardam transplantes”, dando conta de que pelo fato da Central de Transplantes em Mato Grosso do Sul não estar funcionando, órgãos captados em nosso Estado estão sendo destinados a outras unidades da Federação. Fiquei estarrecido com essa informação. Nós que lutamos pela vida, que estamos diariamente na Câmara Federal em busca de recursos para a melhoria da saúde pública no país e em particular em nosso Estado, não podemos ficar inertes diante desse quadro.
Informação semelhante também está em outro jornal da capital, na matéria com o título “Sem transplantes, só morte faz a fila andar”. Reproduzo parte da matéria: “Há cinco meses a Santa Casa suspendeu, alegando falta de estrutura, as cirurgias na Central de Transplante – responsável pela captação de órgãos como rim e coração – obrigando 330 renais crônicos de Mato Grosso do Sul a aguardar na fila de espera. “Muitos não agüentam esperar e morrem. A hemodiálise descalcifica os ossos e endurece os músculos cardíacos. A fila aqui no Estado anda porque os pacientes morrem e não porque fazem a cirurgia”, desabafa o diretor presidente da Associação dos Renais Crônicos de Mato Grosso do Sul (Recromasul), José Roberto Ost”.
Tais notícias nos fazem constatar que, infelizmente, regredimos nesse quesito da saúde pública. Quando fui secretário estadual de Saúde, implementei a Central de Transplantes em nosso Estado e Mato Grosso do Sul conquistou, na época, a segunda posição em número de cirurgias de rins no País (por milhão de habitantes). Agora, o Estado despencou para a sexta colocação. A imprensa nos informa que no ano passado, até outubro, a Santa Casa de Campo Grande fez apenas 14 procedimentos dessa natureza.
Lembro que naquele ano (2001) ano foram realizados no Estado 113 transplantes, sendo 46 de rim, 4 de coração, 62 de córnea e 1 de válvula cardíaca.
A situação atual não pode continuar. O transplante é uma terapia consolidada no mundo inteiro e possibilita importante sobrevida e reabilitação, a longo prazo, a pacientes que, de outra forma, não teriam esperança de cura. Como médico e atual membro da Frente Parlamentar da Saúde vou envidar todos os esforços e articular, tanto em Brasília quanto em Mato Grosso do Sul, para que possamos encontrar a solução para esses problemas.
Finalmente, quero registrar que a imprensa exerce papel fundamental ao levantar questões como essas e levá-las ao conhecimento público. Desta forma, as autoridades são alertadas e cobradas e daí advirem as soluções. Parabéns, portanto, ao “O Progresso” e à jornalista Valéria Araújo por ter trazido à luz essa questão.
Médico e deputado federal PMDB-MS