Praças: A íntegração da família na comunidade

Praças: A integração da família na comunidade

A ocupação de vazios urbanos por obras de parques e praças, mais que o embelezamento e complementação urbanística da cidade, tem grande alcance social. As praças e os parques são espaços públicos onde o lazer, a diversão e o esporte não apenas proporcionam a integração da família na comunidade, mas também contribuem para melhor qualidade de vida e a redução dos níveis de violência.

Não há dúvida que espaços públicos como as ruas, as avenidas, as praças e os parques podem contribuir com a redução dos níveis de violência, pois se constituem em alternativas da população para satisfação de desejos e necessidades de se relacionarem, vencendo o medo, a ociosidade e segregação socioespacial.

No momento que Dourados começa a destinar mais espaços à convivência da família, estimulando relações humanas saudáveis, vale refletir, mesmo sob aspectos conceituais, a importância da destinação de espaços públicos a essa necessidade de promoção da interatividade.

A despeito do conceito urbanístico, é cada vez mais latente o valor sociológico dessas obras, pois há o entendimento de que a forma do ambiente urbano se encontra necessariamente relacionada às articulações dos interesses e esforços sociais e econômicos, envolvendo neste sentido, as pessoas, seus desejos e intenções.

Praças são obras destinadas à apropriação da comunidade, um local onde a área urbana ganha dimensões socioambientais, promove a integração e realça valores, como o respeito ao próximo e cuidados com a saúde, seja por meio do exercício de atividades coletivas, seja através do lazer individual.

É inegável a importância de projetos urbanísticos, que atuem sobre a estrutura física, permitindo que cidadãos exerçam, sobre o

espaço público – a rua, a praça e o parque – sua utilização de forma mais adequada e segura.

Assim como a rua, a praça é uma extensão do lar em diversas comunidades, observadas e vivenciadas por meio de

atividades cotidianas, como as brincadeiras infantis, passeios, atividades físicas e encontros de vizinhos, ou sazonais, como as festas tradicionais. A rua é um lugar de circulação e a praça um espaço intencional do encontro, da permanência, dos acontecimentos, de práticas sociais, esportivas, de lazer, de manifestações da vida urbana e comunitária.

Sob outro aspecto, vale lembrar que os projetos de modernização e intervenções nos espaços públicos, buscam reverter, ou ao menos minimizar, a especulação imobiliária sobre vazios urbanos. Como conseqüência, a demanda por construção de espaços públicos vem sendo então, uma das reivindicações da população às administrações, sobretudo às municipais. Daí nossa preocupação em assegurar obras de praças e parques, inclusive como anteparo ao medo associado à violência urbana, superando a segregação.

Os espaços públicos devem ser ambientes desejados e colocados à disposição da população, assegurando-se qualidade e preservação.

Dourados busca, portanto, satisfazer as necessidades de apropriação dos espaços públicos, a ocupação de vazios urbanos e, seguramente, qualidade de vida aos moradores. As praças são espaços cativos ao lazer, à prática esportiva, à convivência familiar e capaz de mudar, não apenas a paisagem urbana, mas a auto-estima dos habitantes no seu entorno.

Inegavelmente, os espaços públicos e os equipamentos de lazer colocados à disposição da população vão contribuir, fundamentalmente, para a afirmação da comunidade com o resgate da auto-estima da população e a qualidade de vida, refletida na redução dos níveis de violência, em que o ócio é um de seus fatores.

Vejam o exemplo das cidades de Bogotá e Medellín, que se tornaram laboratórios sobre como prevenir e como combater a criminalidade por meio da revitalização de espaços públicos, com a construção de parques e praças e até transformação de ruas em calçadões, por meio dos quais a população pode exercitar atividades de lazer e realizar passeios.

Acreditamos que os projetos de novas praças e revitalização de parques são ações notáveis para as transformações que todos nós almejamos, com ambientes saudáveis, apropriados ao esporte, lazer e entretenimento, áreas urbanizadas e livres da violência e capazes de influenciar também em fatores subjetivos como a auto-estima das pessoas e afirmação de novos valores e oportunidades, materializando na prática os versos de Castro Alves segundo os quais a praça é do povo.

Geraldo Resende é médico e deputado federal pelo PMDB-MS



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