É hora de agir

É hora de agir

Geraldo Resende

A população de Dourados vive um momento de extrema angústia, cuja origem é a ineficiência de gestão no sistema público de saúde. Faço minhas as preocupações de milhares de pessoas que não têm oportunidade de falar sobre esses problemas em um veículo de comunicação.

Todo dia, centenas de pessoas que buscam alívio para as suas dores voltam para casa frustradas, por falta de atendimento adequado nos postos de saúde, onde não conseguem uma consulta, um remédio, um exame ou mesmo agendar uma cirurgia.

Uma auditoria realizada pelo DENASUS (Departamento Nacional de Auditoria do SUS) contatou que quase 500 pessoas morreram por falta de atendimento adequado no decorrer do ano passado e no início deste. É um dado gravíssimo. Algo inadmissível.

Minha preocupação é a mesma dos profissionais da área de saúde que merecem melhores condições de trabalho e que poderiam estar prestando um atendimento de qualidade aos usuários se lhes fossem ofertados um melhor local, equipamentos, insumos e salários adequados.

A condição de médico e deputado federal me permite falar em nome das milhares de pessoas que continuam esperando que as propostas de campanha, que prometiam priorizar a solução dos problemas da saúde, tema prioritário, dos mais debatido no período pré-eleitoral, ainda virem realidade.

Falo em nome dos milhares de usuários do SUS que moram na região da Grande Dourados e que dependem das estruturas da saúde pública no município-pólo que é Dourados, onde são ofertados os serviços de alta complexidade, para os quais o município é devidamente remunerado pelo Ministério da Saúde.

Enfim... falo em nome da dignidade humana, do direito de cada cidadão brasileiro de ter acesso a uma saúde de qualidade, principalmente em um município para o qual há recursos substanciais esperando a finalização de processos burocráticos para a sua utilização. Em outras palavras, estou dizendo que a situação caótica enfrentada pelo setor em Dourados é decorrência, principalmente, de problemas de gestão e não da falta de recursos.

Por isso, apelo publicamente à sensibilidade do prefeito Ari Artuzi. Na quarta-feira da semana passada (dia 11), ele esteve em meu gabinete em Brasília, onde lhe passei uma relação de 18 obras por nós viabilizadas na área de saúde, e que estão emperradas pela falta de alguma providência por parte do Município, algumas delas, com recursos empenhados há quase três anos. Foi quando o prefeito concordou com nossa proposta de se promover um “mutirão pela vida e pela saúde” em Dourados.

De minha parte, considero que a proposta feita na oportunidade continua em pé e é extremamente necessária. A dificuldade que o prefeito está enfrentando – a burocracia, a falta de documentos, pode ser resolvida com a montagem de uma força-tarefa composta pelos principais secretários municipais e seus assessores, para desentravar os problemas e dar início a obras importantes e fundamentais para a melhoria no atendimento da saúde.

Para esta força tarefa, o prefeito terá todo o nosso apoio, inclusive para intermediar junto ao governo do Estado, a designação de servidores para atuar em conjunto com os funcionários municipais, especialistas e consultores em saúde pública. Tomar essa providência é uma questão de vida ou morte, literalmente. Repito: não é possível admitir por que recursos garantidos com tanta luta e dificuldade em Brasília fiquem parados, aguardando tanto tempo para serem aplicados em benefício da população.

Apenas para ilustrar nossa angústia, lembro que viabilizei, no início de 2007, recursos para a reforma de 10 postos de saúde, ou seja, já se vão quase três anos sem que esse dinheiro seja usado. E isso reflete nas dificuldades que a população enfrenta. Há ainda, recursos garantidos para a construção e compra dos equipamentos da Clínica da Mulher, reforma do Hospital da Vida, construção de quatro novos postos de saúde e construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA)... Todo esse dinheiro foi empenhado há quase dois anos; outros recursos estão garantidos há quase um ano e até agora não foram utilizados.

Penso que já passou a hora de deixar as questões eleitorais para trás. De minha parte, adotei essa providência no dia 6 de outubro do ano passado, ou seja, no primeiro dia após conhecer o resultado eleitoral. Mesmo tendo apoiado outro candidato, passei imediatamente a trabalhar pelo sucesso da atual administração, tanto que viabilizei recursos importantes não apenas para a área de saúde, mas de infra-estrutura (asfalto e drenagem), educação, assistência social, esporte e lazer.

A população, democraticamente, escolheu o atual prefeito, que precisa deixar as divergências políticas ou partidárias de lado para que possamos somar nossas energias no sentido de superar impasses que resultem em melhores condições de vida para nossa gente. É esse o apelo que faço, como já disse, em nome dos cidadãos que nem sempre têm voz para falar por si ou pela coletividade. Estou fazendo minha parte e por isso conclamo: À luta, prefeito. Quando o prefeito consegue resolver os problemas e fazer a administração andar a vitória é da população douradense.

Médico e deputado federal PMDB-MS


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