Bahá is - em defesa da liberdade

Bahá is - em defesa da liberdade

Geraldo Resende

Ocupei a tribuna da Câmara, essa semana, para manifestar uma preocupação crescente no mundo com o desrespeito aos direitos humanos. Em particular, citei a prisão dos líderes religiosos da comunidade Bahá’í, que há mais de um ano estão detidos no Irã, incomunicáveis, apesar de todo o clamor da comunidade internacional pela libertação dos prisioneiros daquele regime.

É preciso reafirmar que a Fé Bahá’í é uma religião mundial, independente, com suas próprias leis e escrituras sagradas, surgida na antiga Pérsia, atual Irã em 1844. A Fé Bahá’í foi fundada por Bahá’u’lláh, título de Mirzá Husayn Ali, que viveu entre os anos de 1817 e1892, e não possui dogmas, rituais, clero ou sacerdócio.

Segundo levantamentos feitos por minha assessoria, a Comunidade Bahá’í com aproximadamente 6 milhões de adeptos, é a segunda religião mais difundida no mundo, superada apenas pelo Cristianismo. Os Bahá’ís residem em 178 países do mundo, em praticamente todos os territórios e ilhas do globo. Todas as informações a seguir constaram de meu pronunciamento.

No Brasil, a Comunidade Bahá'í está estabelecida desde fevereiro de 1921, com a chegada ao País da senhora Leonora Holsapple Armstrong, que introduziu a Fé Bahá’í no País. Hoje os Bahá’ís formam um contingente de aproximadamente 47 mil pessoas, das mais diversas classes sociais, culturais e econômicas, residentes em aproximadamente 1.215 municípios brasileiros.

O próprio Congresso Nacional do Brasil homenageou Bahá’u’lláh, o Fundador da Fé Bahá’í, em concorrida Sessão Solene realizada no dia 28 de maio de 1992, ano do centenário de seu falecimento, ocasião em que representantes dos diversos partidos políticos discursaram sobre a vida e os ensinamentos deixados por ele.

Ainda em 1992, durante a realização da Conferência Mundial para Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco 92, a Comunidade Bahá'í dirigiu a palavra a todos os Chefes de Estado e Governo na Conferência Oficial e ofereceu à cidade do Rio de Janeiro e a todos os que promoveram a Conferência Mundial, o belo monumento em forma de ampulheta, dedicado à Paz Mundial, estabelecido no Aterro do Flamengo, e concebido pelo renomado artista Siron Franco, ele também um membro da Comunidade Bahá’í.

Além disto, a Comunidade Bahá’í é reconhecida no Brasil por estabelecer projetos de desenvolvimento econômico e social em diversas regiões do país. Por exemplo, aqui em Brasília, criou a Escola das Nações, que propicia uma educação voltada para conceitos de unidade da humanidade e de cidadania mundial.

A Comunidade Bahá'í é a primeira organização não-governamental formalmente creditada junto às Nações Unidas, há cerca de 50 anos, apoiando todas as ações das Nações Unidas para o estabelecimento da paz mundial, tolerância e o entendimento entre os povos do mundo.

Por tudo isso, deixei, da tribuna da Câmara, meu protesto contra todo e qualquer ato de violência contra a comunidade Bahá’í e reforcei que a intolerância deve ser rechaçada das relações humanas para que a paz entre as nações não seja apenas uma questão retórica.

Médico e deputado federal PMDB-MS


Anterior
Anterior

Redução da jornada para enfermeiros

Próximo
Próximo

Mais segurança na Rodovia BR-163