Geraldo preside Comissão Especial sobre Alcoolismo
Deputado diz que dependentes precisam de apoio e compreensão da sociedade para sua recuperação, com respeito e sem preconceitos
A Câmara dos Deputados instalou quarta-feira Comissão Especial que vai analisar as causas e conseqüências do consumo abusivo de álcool no Brasil. Criada por sugestão do deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), a Comissão Especial será presidida pelo deputado Geraldo Resende (PMDB-MS) e tem 25 membros titulares e 25 suplentes.
O trabalho será concentrado em dados dos últimos cinco anos, para avaliar as causas do aumento do consumo de bebidas alcoólicas, vai analisar as razões para o aumento do consumo de bebidas alcoólicas com objetivo de propor políticas públicas de combate e prevenção.
Geraldo Resende foi escolhido para presidir a Comissão logo após sua instalação. “Consideramos essa iniciativa de grande relevância para o País. Não podemos nos furtar desse desafio, até pela constatação de que o alcoolismo acomete 11,2% dos brasileiros que vivem nas 107 maiores cidades do país”, disse o deputado, notando que as estatísticas são preocupantes.
“O álcool é responsável por cerca de 60% dos acidentes de trânsito e aparece em 70% dos laudos das mortes violentas. Mesmo sem ser dependente do álcool, uma pessoa que utiliza o álcool sem moderação pode ter complicações tão ou mais sérias que os alcoólatras”, diz Geraldo. Segundo ele, o abuso do álcool precisa se estudado em profundidade pela Comissão Especial.
De acordo com a última pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) entre estudantes do 1º e 2º graus de dez capitais brasileiras, as bebidas alcoólicas são consumidas por mais de 65% dos entrevistados, estando bem à frente do tabaco. Dentre esses, 50% iniciaram o uso entre os 10 e 12 anos de idade, indicando que a incidência do alcoolismo é maior entre os mais jovens, especialmente na faixa etária dos 18 aos 29 anos.
Geraldo defende a ideia de disseminar campanhas educativas mostrando os malefícios do álcool e até o controle social do comércio de bebidas com elevado teor alcoólico, restringindo, por exemplo, a exposição produto em meios de comunicação de massa como já ocorre com o tabaco.
Segundo o deputado, o alcoolismo interfere em todas as atividades, por estar associado a atos de violência e dos acidentes, desde trânsito até de trabalho. Segundo o deputado, não se trata de proibir a bebida, que é um componente cultural, do convívio social, mas mostrar os males pelo uso abusivo, que leva à dependência.
“Também é fundamental levar uma mensagem de otimismo e crença de que, no extremo da doença, as vítimas do alcoolismo possam encontrar apoio e compreensão da sociedade para sua recuperação, com respeito e sem preconceitos”, diz.