Geraldo pediu ao CGU devassa nas contas da saúde em Dourados
Pedido foi feito em agosto de 2009, logo após as operações Owari e Brothers
Uma profunda investigação nas contas da saúde em Dourados. Foi o que o deputado federal Geraldo Resende solicitou, em agosto de 2009, à Controladoria Geral da União (CGU), na condição de membro da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados e de tesoureiro da Frente Parlamentar da Saúde no Congresso Nacional.
Para Geraldo, as auditorias que vêm sendo feitas agora na Secretaria Municipal de Saúde e em outras secretarias municipais caminham na direção daquilo que ele pediu há um ano. “Além de todos os alertas que fiz por meio de matérias, ofícios e audiências com o prefeito (preso) e muitos secretários, encaminhei pedido à CGU, por entender que este órgão poderia auxiliar no diagnóstico dos problemas e encaminhamento de providências”.
No pedido à CGU, Geraldo relatou os desdobramentos das operações Owari e Brothers, que levaram, à época, à prisão de secretários municipais de saúde da gestão anterior e daquela gestão. No ofício 381/2009-BSB, protocolado na Controladoria em 11 de agosto de 2009 afirma que além dos secretários, vários outros secretários foram presos “supostamente envolvidos em esquemas para fraudar licitações públicas, acarretando o desvio de milhões de reais aos cofres públicos, a maior parte desses recursos oriundos do SUS”.
Em outro trecho do pedido, Geraldo Resende justificou afirmando que “o esquema de fraudes envolveria desde irregularidades em contratos de manutenção de veículos da Prefeitura, inclusive os da Secretaria Municipal de Saúde, pagos com recursos do Fundo Municipal de Saúde, passando pela distribuição de medicamentos e equipamentos médico-hospitalares, realizados sem procedimento licitatório pela Prefeitura, até o arrendamento de um hospital de um grande grupo empresarial, no valor de R$ 100 mil mensais, onde hoje funciona o Hospital da Mulher de Dourados”.
O deputado também relatou que em fevereiro de 2009, já havia encaminhado ao Diretor do DENASUS Luiz Carlos Bolzan, ofício em que solicitou a instauração de procedimento para investigação de mortes ocorridas por falta de atendimento no então Hospital de Urgência e Trauma de Dourados.
Em outubro de 2009, Geraldo Resende reiterou o pedido à CGU, que respondeu em 18 de março deste ano, afirmando que no âmbito do órgão “foi planejada a realização de nova ação de controle com o objetivo de fiscalizar diversos municípios do Estado de Mato Grosso do Sul, dentre os quais se inclui o de Dourados-MS, cujo resultado, oportunamente, será levado ao conhecimento de Vossa Excelêndia”.
Em 15 de abril último, em mais um ofício, Geraldo encaminhou à CGU cópia da auditoria do DENASUS realizada em Dourados, com o objetivo de auxiliar o trabalho do órgão. Em 8 de julho passado, a CGU enviou o ofício 23111/2010, assinado pelo ministro de Estado de Controle e Transparência Jorge Hage Sobrinho, afirmando que o órgão “continua a desenvolver ação de controle com o objetivo de fiscalizar diversos municípios de MS, entre eles, o de Dourados”.