Geraldo Resende quer ativação da Vila Olímpica Indígena

O deputado federal Geraldo Resende (PMDB) voltou a cobrar providências para um projeto pioneiro que está abandonado: a Vila Olímpica Indígena de Dourados, a primeira do gênero no país. Apesar da inovação, o complexo poliesportivo está se configurando como “um grande desperdício de dinheiro público”, nas palavras do parlamentar. O maior entrave está na definição do responsável pela administração do local: o governo do Estado ou a Prefeitura.

Em 2008, com a certeza de que a administração municipal de Dourados ficaria com a gestão da Vila, Resende viabilizou junto ao Ministério do Esporte os recursos para finalizar a segunda etapa do projeto.

A primeira etapa foi realizada graças a emenda parlamentar apresentada por Geraldo. Ele conseguiu, ainda, apoio do então deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que destinou uma de suas emendas para a obra.

Contudo, o parlamentar foi informado sobre o vácuo da gestão do complexo esportivo apenas no dia da inauguração da Vila. O governo do Estado afirmou não atuar em áreas indígenas devido a questões legais. Já a administração municipal, para a surpresa de Geraldo, não se comprometeu com a gestão, manutenção ou desenvolvimento de atividades no complexo esportivo.

“Este compromisso pode significar a retirada de mais de oito mil jovens e crianças indígenas da rota da prostituição, das drogas e da violência. O preconceito e o descaso das autoridades e da população não índia estão empurrando a juventude indígena para o descaminho. Algo tem que ser feito com urgência”, cobra Geraldo.

A falta de manutenção da Vila contrasta com a beleza da festa de inauguração, realizada em maio deste ano. “O que era para ser uma alternativa de lazer aos jovens e de convivência às famílias, na realidade tem se mostrado um imponente elefante branco”, critica o deputado que, além de autor da proposta, viabilizou a realização do projeto junto ao Governo Federal e à administração municipal.Foram cerca de 1,4 milhão de Reais investidos na obra, que conta com uma quadra poliesportiva, um campo de futebol, pista para corrida, quadra de vôlei de areia, parque infantil, vestiários, dentre outros espaços que poderiam, neste momento, atender à população indígena.

Projeto agregador

Geraldo apresentou o projeto piloto interministerial, envolvendo as pastas da Justiça, do Esporte, de Ciência e Tecnologia e da Saúde para contemplar diversas ações. O tema foi levado por ele, também, para a Casa Civil e Presidência da República. O objetivo é equipar aquele ambiente com um centro de recuperação para dependentes químicos, uma unidade de policiamento comunitário, com viatura e câmeras de vigilância, além de uma programação de práticas esportivas.

“Reitero que não houve equívocos quando planejamos disponibilizar aquela área de convivência e esporte às comunidades indígenas. No ano de 2006, tínhamos o compromisso, firmado com o então prefeito Laerte Tetila (PT), que a administração municipal de Dourados realizaria toda esta gestão. Este compromisso foi reafirmado pelo prefeito sucessor, Ari Artuzi”, lembra o parlamentar que adiantou que não pretende desistir de ver a Vila Olímpica Indígena funcionando.


Inauguração da Vila Olímpica Indígena: após cinco meses, obra não está em funcionamento. (Foto: Kauhê Prieto)

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