Geraldo destaca operação nas aldeias em discurso na Câmara
Deputado diz que presença do Estado é fundamental para garantir segurança na reserva indígena e cobra ações também na área social
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB-MS), coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional, destacou, em pronunciamento na Câmara, as operações da Polícia Federal, em conjunto com a Força Nacional e Ministério Público Federal (MPF), para coibir o tráfico de drogas e venda de bebidas alcoólicas nas aldeias Jaguapiru e Bororó, na Reserva Indígena de Dourados.
Em fevereiro o deputado abordou o problema, também em pronunciamento na Câmara, reportando-se inclusive à primeira intervenção parlamentar em 2005, quando Comissão Especial esteve nas aldeias para apurar as causas e responsabilidades por mortes de crianças por desnutrição. “Não foi a primeira vez que abordamos a questão, que sempre tratamos como tragédia anunciada”, disse.
“Entendo que para atacar o problema da violência não podemos prescindir da presença do Estado, por meio de suas instituições, especialmente a Funai, a Polícia Federal e o MPF”, disse o deputado Geraldo Resende, notando que as ações não devem ser apenas esporádicas, mas “em caráter definitivo”.
Para o coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul, “há necessidade de instalação na reserva de uma unidade avançada, reunindo ali todos os órgãos ligados à questão indígena e que tenham atribuições para atuar no plano da segurança pública e áreas sociais”, para que as medidas possam contribuir na prevenção, reduzindo assim a ação repressiva, quando o problema já extrapola os limites.
“Viabilizamos, por meio de emendas, a construção da Vila Olímpica Indígena, a primeira do Brasil, que é uma alternativa de ocupação e oportunidades às crianças e jovens, que no local podem desenvolver atividades esportivas, culturais e de lazer. Como disse, é uma alternativa, mais um esforço no sentido de combater o ócio e tirar os jovens do caminho das drogas e do álcool”.
“É louvável a operação realizada na reserva indígena, que busca prender aqueles que se aproveitam da ausência do Estado e da própria condição de miséria e pobreza, para traficar e viciar a juventude incauta, mas reiteramos a necessidade de implementação das ações previstas no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – PRONASCI, com o intuito de fazer, de forma permanente, o enfrentamento ao estado de violência que invariavelmente ganha a mídia nacional”, afirmou Geraldo Resende.
Para o deputado, com uma melhor articulação dos organismos responsáveis, apoio da sociedade civil organizada e ações na área social, “conseguiremos minorar as conseqüências de anos de descaso. Por isso, voltamos a defender, inclusive, a implantação de um CAPS-AD (Centro de Apoio Psicossocial, Álcool e Drogas) para dar suporte ao conjunto de medidas que são necessárias no tratamento e recuperação de dependentes. A atuação da polícia nas aldeias de Dourados é imperiosa, não só para reprimir, mas para impor a presença do Estado e proporcionar a tão aguardada sensação de paz e segurança”.