Fim da greve: Ministério libera pagamento de médicos das aldeias de MS
Geraldo intervém e garante fim da greve dos médicos nas aldeias de MS
O deputado federal Geraldo Resende anunciou na tarde desta quinta-feira (22) em Brasília, o pagamento dos 750 servidores que atuam na Secretaria Especial de Saúde Indígena de mato Grosso do Sul. Com isto, os 36 médicos e 32 odontólogos que atendem nas comunidades indígenas e que estavam de greve por falta de pagamento dos salários, podem voltar ao trabalho a partir desta sexta-feira. Segundo Geraldo a informação é de que o pagamento foi depositado ontem na conta dos servidores.
Trata-se da segunda parcela do montante anual de R$ 30 milhões que o Fundo Nacional do Ministério da Saúde repassa a ong Missão Evangélica Caiuás para manter os serviços no Estado. Esta semana o deputado cobrou o pagamento dos servidores junto a Sesai em Brasília.
Na tribuna, na última terça-feira (20), defendeu o pagamento imediato dos salários e alertou que por causa do atraso houve a greve. Disse que em Dourados, que abriga uma das mais populosas aldeias do Brasil, apenas 30% desse efetivo estava atuando, de forma revezada.
“Se com o atendimento sendo feito normalmente a vida já é dura para as comunidades indígenas, imaginem sem os médicos para socorrê-los nas aldeias”, afirmou Geraldo. “Por isso, estamos pedindo que os repasses sejam regularizados com a máxima urgência possível”.
Ainda no discurso, Geraldo disse que o índice de violência na Reserva de Dourados é altíssimo, comparado com outras regiões do país. “Essa comunidade enfrenta surtos de alcoolismo e drogas que resultam em assassinatos e tentativas de homicídio. Nesta reserva, segundo dados do Ministério Público Federal, a taxa de homicídios entre Guarani-Kaiowa, no ano passado, foi de 210 por 100 mil habitantes, 795% a mais do que a média nacional”.
A questão da Vila Olímpica Indígena também foi abordada por Geraldo. “Dourados tem a primeira Vila Olímpica Indígena do Brasil, graças à atuação deste parlamentar que viabilizou os recursos para as obras como alternativa para tirar os jovens da droga e do álcool. No entanto, desde que inaugurado em maio do ano passado, o complexo se manteve fechado para a população”, lamentou o parlamentar.
De acordo com Geraldo, a responsável pela gestão da Vila Olímpica é a Prefeitura de Dourados, que se manteve omissa neste período. “Foi necessária a intervenção do Ministério Público Federal, que obrigou o município a cumprir sua responsabilidade, levando-a a anunciar o início das atividades para os próximos 15 dias”.
Outro aspecto citado pelo parlamentar foi sobre os recursos de R$ 1,8 milhão, que foram repassados pelo Fundo Nacional de Saúde para a Prefeitura de Dourados, destinados a investimentos na Reserva. “Enquanto postos de saúde na Reserva estavam deteriorados, sem medicamentos e oferecendo péssimas condições de trabalho aos agentes de saúde, os recursos repassados ao longo de 2009, 2010 e 2011, estavam na conta da Prefeitura”.
O parlamentar ainda lembrou que em outubro do ano passado a Prefeitura prometeu à comunidade, segundo os indígenas, que faria a compra de equipamentos e viaturas para a saúde. Seriam duas ambulâncias e 10 carros para as equipes, até o momento não entregues àquela população.