Geraldo Resende e Carlos Marun querem PMDB fora do governo Dilma

02/10/2015 13h20

Os deputados Geraldo Resende e Carlos Marun integram o grupo de 22 parlamentares federais da bancada peemedebista no Congresso que divulgaram, quinta-feira (1.º) um manifesto em que discordam das negociações que resultaram na indicação de ministérios em troca do apoio do PMDB ao governo federal. O grupo rebelde corresponde a 33% da bancada peemedebista na Câmara, composta de 66 deputados.

“Muitos deputados do partido, os próprios militantes, lideranças e filiados do PMDB não acreditam mais no resgate da credibilidade desse governo. O governo está moribundo e não consegue mais reunir condições de manter a estabilidade política e econômica”, afirma Geraldo Resende.

Segundo avaliação dos deputados sul-mato-grossenses, o PMDB deve deixar a base do governo, por não concordar com as políticas econômicas adotadas recentemente pelo Palácio do Planalto, que prejudicaram ainda mais o povo brasileiro. “Os impostos aumentaram, a moeda está fragilizada, o Brasil perdeu grau de investimento, os direitos dos trabalhadores foram cortados e o governo está completamente atrapalhado e sem coordenação nenhuma”, destacam.

Geraldo Resende explica que o posicionamento em plenário, tanto dele quanto dos demais 21 deputados, não será influenciado pela concessão de cargos. O manifesto afirma que “não é com esse tipo de atitude que a profunda crise geral deve ser enfrentada, e sim com posturas que recuperem a credibilidade perdida”, em referência à troca de apoio por cargos. Por isso, os deputados que assinaram o documento não têm compromisso de votar pela criação de novos impostos, como a CPMF ou mesmo a favor dos vetos da presidente Dilma.

Assinam o manifesto os deputados Alceu Moreira (RS), Baleia Rossi (SP), Carlos Marun (MS), Celso Maldaner (SC), Darcísio Perondi (RS), Dulce Miranda (TO), Edinho Bez (SC), Flaviano Melo (AC), Geraldo Resende (MS), Jarbas Vasconcelos (PE), José Fogaça (RS), Josi Nunes (TO), Laudívio Carvalho (MG), Lúcio Vieira Lima (BA), Mauro Mariani (SC), Osmar Serraglio (PR), Osmar Terra (RS), Rogério Peninha Mendonça (SC), Ronaldo Benedet (SC), Roney Nemer (DF), Valdir Colatto (SC) e Vitor Valim (CE).

Manifesto

Leia a íntegra do manifesto:

Nosso país sofre uma das mais graves crises econômicas de sua história. Ela é resultante de escolhas erradas das politicas de Governo, e traz de volta demônios que a Naçāo imaginava exorcisados: inflaçāo, desemprego, desindustrializaçāo e total desarranjo das contas públicas.

A crise ética avilta a Nação! A crise política alterna a condição de causa e efeito do quadro emergencial que vivemos agora. Tais crises estão ainda no seu início. Na raiz de tudo está uma condução do país errática, desacreditada e que se enfraquece a cada dia. Agora o Governo, sem apontar um caminho claro, rende-se a um jogo político pautado pela pressão por cargos, num leilão sem qualquer respaldo em projetos ou propostas, sem conseguir apontar um horizonte de esperança para o povo brasileiro.

Diante desse quadro, nós integrantes da bancada do PMDB, nos manifestamos no anseio de que o nosso partido seja chamado à reflexão e ofereça outro tipo de contribuição ao Brasil:

  1. Embora participando da base do governo federal, nos últimos anos, e tendo o vice-presidente da República, o PMDB nunca foi sequer convidado a participar das decisões governamentais que levaram a essas crises. As decisões políticas estratégicas nacionais, ao longo desses últimos anos , foram tomadas exclusivamente pelo PT, determinando a situação atual.

  2. Discordamos de qualquer negociação de cargos no governo, a qualquer título. Não é com esse tipo de atitude que a profunda crise geral deve ser enfrentada, e sim com posturas que recuperem a credibilidade perdida.

  3. Nosso posicionamento em plenário não dependerá desse tipo de barganha por cargos. Temos um só compromisso que é com a nossa consciência, com o Brasil, respeitando a vontade da população, expressa mais de uma vez nas pesquisas e nas ruas do nosso país.

  4. Queremos, dentro do Partido e com a sociedade, debater e apontar soluções para o país, que reduzam a máquina pública e retomem o desenvolvimento econômico e social para os brasileiros.


Geraldo Resende e Carlos Marun assinam manifesto contrário ao PMDB na base do governo

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