Pessoas com deficiência sofrem com preconceito

Apesar dos muitos avanços conquistados, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência reforça a necessidade de continuar a luta pela igualdade de direitos. Esta é a opinião do deputado Geraldo Resende (PMDB-MS), ex-coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.

Na avaliação do parlamentar “a sociedade tem mostrado amadurecimento e abertura para encarar as diferenças de frente”. No entanto, o preconceito continua a ser o maior entrave para esta parcela da população, que segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa 14,5% dos brasileiros.

A própria Câmara dos Deputados não tinha rampa de acesso à tribuna até o início deste ano, apesar de não ser a primeira vez que parlamentares com alguma dificuldade de locomoção foram eleitos.

Força da lei

O mercado de trabalho está abrindo suas portas e o número de pessoas com algum tipo de deficiência contratadas por empresas não para de crescer. Graças à Lei de Cotas, há 20 anos as empresas são obrigadas a ter entre 3% e 5% das vagas destinadas à pessoas que tenham algum tipo de deficiência.

Por outro lado, dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho, indicam queda de 17,3% no percentual de pessoas com deficiência empregadas com carteira assinada entre 2007 e 2009. No mesmo período, o percentual de brasileiros no mercado formal cresceu 9,6%.

Dos mais de 40 milhões de contratados com carteira assinada no país, o número de pessoas com deficiência é “ínfimo”, na avaliação do deputado: pouco mais de 280 mil, ou 0,7%. Estimativas indicam, no entanto, que apenas 21,4% das empresas cumprem a exigência. O principal argumento dos empresários para o baixo cumprimento é a falta de qualificação.

Por isso, Resende avalia que sem oferecer oportunidades iguais, com formação profissional de qualidade, a lei não tem condições de promover “uma verdadeira inclusão”.

Mato Grosso do Sul

Dados divulgados pela Fundação de Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) mostram que o número de pessoas com deficiência que ingressaram no mercado de trabalho quase triplicou no Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2011.

Das 297 pessoas que foram encaminhadas, 128 conseguiram uma vaga. No mesmo período do ano passado, apenas 47 dos 280 que foram encaminhados conseguiram um emprego.

“O processo de amadurecimento não é fácil, mas é preciso enfrentá-lo. Infelizmente, o preconceito continua a ser o maior obstáculo enfrentado por pessoas com algum tipo de deficiência. Mas não podemos desistir de mudar essa triste realidade”, conclui Resende.


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