Geraldo propõe seminário estadual para discutir ferrovias

Definição dos melhores traçados para MS deve passar por amplo debate com a participação de todos os parlamentares da bancada federal

O deputado Geraldo Resende (PMDB-MS) vai convocar todos os deputados e senadores da bancada federal para definir, em seminário estadual, quais os melhores traçados ferroviários para Mato Grosso do Sul. “Essa não é luta solitária de apenas um deputado, mas de todos os parlamentares”, observa Geraldo, que já tinha defendido a realização de seminário, mas teve que esperar a formação do grupo de trabalho encarregado dos estudos para encaminhar a proposta.

Coordenador da bancada federal, Geraldo Resende disse que o seminário deve discutir não apenas a ferrovia que interligará Mato Grosso do Sul e Paraná, mas também os traçados alternativos ligando MS a São Paulo. “A implantação de pelo menos dois troncos ferroviários é fundamental para tornar a produção do Estado mais competitiva”, diz. A data e o local do seminário ainda serão definidos.

Segundo Geraldo, além da bancada federal e participação de parlamentares estaduais, o seminário deve reunir técnicos e especialistas, tendo como convidados especiais os governadores André Puccinelli e Beto Richa (PR), além do diretor-presidente da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo, e o presidente da Valec – Engenharia, Ferrovias e Construções S/A, e o deputado Eduardo Sciaria (DEM-PR).

Há um mês, no dia 12 de abril, Geraldo se reuniu com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, para tratar da construção de ramais, a partir da extensão dos troncos ferroviários Norte-Sul e Ferroeste, permitindo assim a implantação da Ferrovia do Pantanal por meio de ramais interligando as regiões Leste (Aparecida do Taboado), Sul (Dourados e Mundo Novo) e Oeste (Maracaju). Dessa audiência, participaram também os deputados José Rocha (PR-BA), Odacir Zonta (PP-SC), e o presidente da Frente, Pedro Ucza (PT-SC).

Segundo Geraldo Resende, o plano que prevê a expansão da malha ferroviária é estratégico, porque vai eliminar gargalos de logística e transportes que impedem a economia do Estado e de toda região Centro Oeste de se desenvolver. “Embora o modal rodoviário tenha se consolidado como logística confiável em relação a prazos, onera a produção”.

Atualmente, há apenas uma linha ferroviária que liga Mato Grosso do Sul a um porto, o de Santos. Desde a privatização da antiga NOB (Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, da extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal), em 1996, a deficiência da malha ferroviária tem exposto o grande gargalo de logística.Mas com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Plano Nacional de Logística e Transporte, reacendeu-se a perspectiva de investimentos maciços na expansão ferroviária, não apenas por setores privados e de economia mista do setor de mineração, mas do poder público.

Proposta

Em Mato Grosso do Sul, a meta é interligar o Estado à malha ferroviária nacional por meio de um ramal que incorpore o sistema estadual à Ferrovia Norte-Sul pelo município de Aparecida do Taboado até Estrela D`Oeste (SP), passando por Três Lagoas e Brasilândia, com um entroncamento com a Ferroeste (Ferrovia do Pantanal) a partir de Maracaju, passando por Dourados, Mundo Novo, até Paranaguá (PR).

Os traçados prevêem um ramal interligando a Ferrovia do Pantanal, na região de Maracaju, até Cascavel, no Paraná, passando por Dourados e Mundo Novo (MS) – Guaíra e Cascavel (PR), seguindo até o porto de Paranaguá; um ramal de Estrela do Oeste/Panorama (SP) interligado à Ferronorte, passando por Aparecida do Taboado, Três Lagoas, Nova Andradina e Dourados, onde os dois troncos se confluem e se interligam ao Paraná passando por Mundo Novo. Há, ainda, a idéia do terceiro ramal, ligando Dourados, Maracaju e Porto Murtinho.

O estudo do trecho que prevê a ligação MS-PR, com destino ao porto de Paranaguá, já foi encomendado pelo governo. A Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias publicou no dia 1º de abril o edital de concorrência para a contratação de empresa especializada que vai elaborar os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental dos novos ramais da Ferroeste e da Ferrovia Norte-Sul.

O edital prevê a execução dos estudos para a ligação ferroviária de Mato Grosso do Sul com o município de Panorama (SP), a partir do Ramal de Maracaju, numa extensão aproximada de 1.116 quilômetros.

O que se busca é estruturar essa ligação por meio de dois ramais, aproveitando os troncos da Ferrovia do Pantanal (antiga NOB) ligando-a à Ferroeste e a Ferronorte, que integra a Norte-Sul dentro do Plano Nacional de Logística e Transportes, considerando que apenas a Ferrovia do Pantanal-Novoeste não comportaria o volume de cargas de Mato Grosso do Sul, do Centro Oeste brasileiro e do Oeste do Paraná.


Traçado interligando MS e PR já teve estudos licitados pelo governo federal. (Reprodução)
Geraldo Resende discutiu no mês passado com ministro Alfredo Nascimento, a implantação da Ferrovia do Pantanal em Mato Grosso do Sul. (Foto: Rodrigo Pael)

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