Em Dourados, nem órgãos públicos cumprem Lei da Acessibilidade
03/06/2015 11h28
Fonte: O PROGRESSO
Em Dourados, nem órgãos públicos cumprem a Lei da Acessibilidade. As barreiras arquitetônicas estão por todo o lugar. De acordo com o presidente Centro de Apoio à Pessoa com Deficiência Douradense, Alex Moraes, as dificuldades vão desde sair de casa, passam por transitar pelas calçadas que são construídas sem planejamento e esbarram em prédios públicos e privados que não cumprem a lei de acessibilidade. O INSS da Avenida Weimar Torres é um exemplo de dificuldade. Segundo Alex, é praticamente impossível entrar na calçada que tem uma guia de 26 centímetros. “Ela é tão alta, que se parar o carro em frente ao INSS, a porta não abre. Além disso, existe uma rampa muito íngreme na calçada que não dá condições do cadeirante transitar por ela de forma segura”, destaca.
Alex estima que Dourados conta hoje com mais de 12 mil cadeirantes e que a maioria deles está “presa” dentro de casa, porque sair e transitar pela área central é um desafio grande. “Há situações simples, como usar um banheiro, que são impossíveis em Dourados. Esses dias eu fui a uma agência bancária e fiquei 4 horas lá porque o funcionário da porta de acesso tinha saído com a chave. É um absurdo porque nem órgãos públicos cumprem a lei da acessibilidade. Há muitos serviços públicos que não são adaptados. Poderia enumerar dezenas deles em Dourados. O que esperar de uma cidade onde nem os órgãos públicos cumprem seu dever? Quem irá fiscalizar os demais?”, destaca.
Seminário
O arquiteto Luiz Carlos Ribeiro defende um projeto futurista que prepara a cidade de Dourados para ter potencial de metrópole. Ele acredita que é necessário projetar o município para garantir espaços para todos os pedestres, ciclistas, motociclistas, motoristas e pessoas com deficiencia. O projeto será apresentado no 1º Seminário de Mobilidade Urbana – “A Dourados que Queremos”, nos dias 19 e 20 de junho. O evento é uma realização do deputado Geraldo Resende e trará autoridades no assunto que vão “recriar” o modelo de trânsito do município. Além de palestrantes locais, o evento trará Dario Rais, secretário nacional de Transportes e Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades e o presidente do IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), Sérgio Povoas Pires, que vai abordar o reflexo que as intervenções de mobilidade urbana trazem na qualidade de vida. Geraldo Resende diz que o objetivo é planejar Dourados para as próximas décadas. “É preciso pensar no que vamos legar para os nossos filhos e netos”.