Novo artigo - Sonhando com a Escola Presidente Vargas
Dia desses, naqueles momentos que tradicionalmente as pessoas dizem que estão ‘conversando com seus botões’, construí, mentalmente, o roteiro de um filme onde me vi nos meus dias de garoto. Depois de vários minutos, comecei a sonhar com momentos que estão prestes a acontecer, ou seja, daqui a não mais do alguns meses. Nas reminiscências do passado, rememorei imagens das aulas que frequentei na Escola Presidente Vargas. Na seqüência vislumbrei a mesma instituição com uma formatação moderníssima, porém com a mesma dignidade e grandeza dos tempos de outrora.
Ao relembrar os tempos de menino me vi conversando com a professora Leila Fioravanti Rosa, então diretora daquela escola. Pessoa muito bondosa, que percebendo meu interesse e as dificuldades da minha família, me doou alguns livros que eu não tinha condições de comprar. Reconstruí, também, imagens das aulas do professor Davi Rosa Barbosa; relembrei os conselhos da Irmã Josephina, da professora Generosa e do irmão marista Cadoná... Quanta saudade senti, ainda, dos ensinamentos dos professores Enoque, Mário Kumagay, Zazi Brum, Judith, Shio Yoshikawa, “Zé Dedão”, Marina Wenceslau, Sultan Rasslan, Irene Rasslan, Luiza Vasconcelos, Efantina, entre outros.Tais lembranças são recorrentes em minha vida de adulto, pois na Escola Presidente Vargas adquiri conhecimentos que garantiram minha formação, anos depois, como médico, na Universidade Federal do Ceará. E assim foi com milhares de pessoas que passaram por aqueles bancos escolares e hoje ocupam posições de destaque em várias regiões do país.
Já naquela época o Presidente Vargas era uma ‘colégio’ de referência, em Dourados e região, pois oferecia ensino de excelente qualidade. Tínhamos professores de alto nível, servidores comprometidos com a educação. Enfim, todas as pessoas que queriam boa formação procuravam estudar naquele educandário. E tanto isso era verdade, que a aprendizagem proporcionada pela escola possibilitava a muitos que prestavam vestibulares, a aprovação nasmais diferentes universidades do país.
Pois bem. Os anos se passaram e o prédio, construído em uma área doada pelo saudoso professor Celso Muller do Amaral, foi recebendo vários “puxadinhos”, adaptações exigidas pelo crescimento da demanda de vagas. Ao longo de mais de cinco décadas (a escola foi implantada em janeiro de 1955) recebeu reparos ocasionais, os quais resultaram no triste cenário que culminou com a transferência dos alunos para um outro prédio.
Foi somente a partir de minha eleição em Brasília que passamos a cogitar não apenas em uma reforma, mas numa total reconstrução da escola, compromisso que assumimos e passamos a trabalhar juntos com o governo do Estado em 2007. Desde então, tenho atuado incansavelmente para viabilizar o projeto, tanto que apresentei, junto com o colega Waldemir Moka emendas que somam R$ 1,5 milhão, cujo empenho me foi garantido para até o final da semana que vem. Tivemos também o compromisso do governo estadual em aplicar mais R$ 1,6 milhão e por isso me dispus a apresentar outra emenda, de R$ 1 milhão para a construção do anfiteatro, faltando apenas definir a parte que caberá, em recursos próprios, ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Educação (FNDE).
E foi nesse ponto que o meu sonho saltou para o futuro. Vejo-me, mais uma vez, na Escola Presidente Vargas, transitando pelas salas de aula, corredores, quadra, biblioteca, anfiteatro, dependências administrativas e outras estruturas do novo prédio, totalmente reconstruído, com carteiras, equipamentos e materiais didáticos modernos. Senti, mentalmente, o cheiro da tinta fresca, ouvi o burburinho dos alunos e a satisfação por estudarem na mais avançada escola pública do interior de Mato Grosso do Sul... Ao ‘acordar’, percebi que o sabor dessas conquistas ainda vai demorar alguns meses, mas está no caminho certo. Que assim seja.
Médico e deputado federal (PMDB-MS)