Editorial do Jornal "O Progresso" - Resgate Histórico

Será dado hoje mais um importante passo no longo caminho que levará a reconstrução da Escola Estadual Presidente Vargas, o mais tradicional colégio público de Ensino Médio de Dourados. Às 8h30, no pátio do primeiro colégio de 2º Grau do município, fundado há 54 anos, será apresentado o anteprojeto elaborado pelo arquiteto Angelo Arruda, presidente da Federação Nacional dos Arquitetos, para que toda comunidade escolar opine sobre o novo prédio da Escola Estadual Presidente Vargas. O ato reunirá ainda uma grande quantidade de profissionais liberais que estudaram no colégio e hoje são médicos, engenheiros, dentistas, advogados, enfermeiros, empresários, arquitetos, fisioterapeutas, comerciários, servidores públicos e tantos outros que receberam nos bancos escolares do Presidente Vargas a sólida formação que fez dessas pessoas cidadãos melhores, conscientes do seu papel na sociedade, na vida profissional e familiar. Quem estudou ou estuda nessa tradicional instituição de ensino sabe mensurar a importância do ato que acontece hoje, quando o Presidente Vargas começará a viver uma nova fase.

Além do próprio arquiteto Ângelo Arruda, a solenidade desta segunda-feira também reunirá a secretária de Estado da Educação, Nilene Badeca, e os deputados federais Geraldo Resende e Waldemir Moka, ambos do PMDB. A presença política tem motivo: partiu de Geraldo Resende, um ex-aluno do Presidente Vargas, a iniciativa de garimpar recursos federais em Brasília para reconstruir o prédio que está praticamente condenado, tanto que às últimas chuvas chegaram a provocar alagamentos em algumas salas, fator que motivou, inclusive, uma vistoria do Ministério Público Estadual. O prédio que nunca recebeu uma grande reforma desde a construção será transformado. O projeto propõe a total restauração do bloco principal e a demolição total da parte dos fundos da escola. Nascerá um novo pavilhão com dois pavimentos, laboratórios e 24 salas de aula, enquanto a área restaurada ganhará salas para biblioteca, secretaria, direção e recepção. Em breve, os estudantes, professores, coordenadores e toda direção da Escola Presidente Vargas estarão vivendo uma nova realidade.

Os recursos para tornar real esse sonho da comunidade escolar foram assegurados através de duas emendas de R$ 750 mil cada ao Orçamento Geral da União, de forma que os R$ 1,5 milhão serão liberados nas primeiras semanas de 2010. As emendas foram propostas pelos deputados Geraldo Resende e Waldemir Moka, que junto com o arquiteto Ângelo Arruda e a secretária Nilene Badeca, apresentam hoje o projeto aos alunos, ex-alunos, pais, professores, diretores e à família do saudoso Celso Müller do Amaral, o progressista e visionário educador que doou a área onde a escola foi construída ainda na década de 1950. O fato é que a história da Escola Estadual Presidente Vargas se confunde com a própria história de luta do professor Celso Müller em defesa da educação, tanto que o educador não mediu esforços para instalar em Dourados a primeira escola de Ensino Médio num período em que os jovens eram obrigados a mudar de cidade para dar prosseguimento aos estudos.

Natural de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, filho de Nelcinda dos Santos Amaral e Wlademiro Müller do Amaral, Celso Müller do Amaral chegou em Dourados ainda garoto, aos 12 anos de idade. Após concluir o Ensino Médio na Escola Dom Bosco, em Campo Grande, e no Colégio Seráfico São Luís de Tolosa (PR), Celso Müller seguiu para São Paulo onde concluiu o curso de Química, no então Instituto Mackenzie. Em 1950, mesmo ano em que casou-se com Neuza Carvalho, foi eleito vereador e colocou todo seu mandato a serviço da educação, tanto que nos anos de 1957 e 1958 liderou o movimento político que culminou com a implantação da Escola Estadual Presidente Vargas. Como deputado estadual, Celso Müller teve papel fundamental na criação do Centro Universitário de Dourados (Ceud), embrião da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems). Hoje, ao conhecer o projeto de reconstrução do novo Presidente Vargas a comunidade poderia aproveitar para defender a mudança de nome da instituição para Escola Estadual Celso Müller do Amaral.

Fonte: Editorial O Progresso


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