Deputado cobra posicionamento contra legalização de carros na Bolívia
O parlamentar já se posicionou contra a manobra do Governo boliviano em junho. Agora fará nova investida no Ministério da Justiça
Motivado pela matéria jornalística exibida no “Jornal da Globo”, na noite desta quarta-feira, 14, o deputado Geraldo Resende (PMDB) vai acionar o Ministério da Justiça para adoção de posicionamento contrário a legalização de carros irregulares na Bolívia. Segundo o noticiário, a Lei já está em vigor e os bolivianos reclamam do valor para a regularização do automóvel.
Geraldo acredita que não são possíveis acordos bilaterais estratégicos de segurança com a Bolívia. “Um governo que institui a ilegalidade e cobra por isso, causa instabilidade na região e cai em descrédito”, disse o parlamentar, que proferiu um discurso na Câmara dos Deputados sobre o assunto, no dia 16 de junho.
No dia 8 de junho, o Governo boliviano autorizou a regularização de carros ilegais no País, por meio de pagamento de tarifa. A taxa para a nova documentação de carro com passado desconhecido varia entre US$ 2 mil e US$ 3 mil. Para o deputado “a artimanha visa angariar recursos através da violência e da criminalidade praticada em países vizinhos”.
O VT exibido na Rede Globo mostrou o protesto de bolivianos, que fecharam a fronteira com o Brasil, na cidade de Corumbá. Os manifestantes se posicionaram a favor da possibilidade de legalizar carros roubados, mas reclamavam dos valores cobrados pelo Governo.
De acordo com a Federação Nacional das Empresas de Segurança Privados (Fenaseg), dos 377.250 carros roubados na Brasil, 53% não foram recuperados. O principal destino dos automóveis furtados são os desmanches, ou países como o Paraguai e a Bolívia.
“Não só os motoristas de automóveis de passeio, mas caminhoneiros, que transportam as riquezas desse País, correm risco de perder o seu meio de trabalho e também perderem suas vidas, enquanto seus algozes serão premiados com esta absurda legalidade”, afirmou.
Carro híbrido
Para o deputado Geraldo Resende, além do óbvio aumento da violência, a instabilidade jurídica vai ser amplificada pela criação deste novo “automóvel híbrido”, regular na Bolívia, mas completamente ilegal no Brasil, Chile, Paraguai e Peru.
“O roubo de carros está intimamente ligado á outros crimes como o trafico de armas e drogas, as conseqüências desta irresponsabilidade podem significar uma onda de violência sem precedentes. O roubo de automóveis é comandado de dentro das cadeias, esses veículos servem, ora como moeda de troca por cocaína, ora como transporte para outras drogas”, alertou o deputado, anunciando que irá apresentar também ao ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, requerimento para “buscar informações e cobrar posicionamento firme, para salvaguardar o direito de propriedade e a segurança em nossas fronteiras”.