CPI da Máfia das Próteses promove audiência em Montes Claros

17/06/2015 17h28

Comissão irá apurar atuação da máfia em Minas Gerais

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Máfia das Próteses promoverá uma audiência em Montes Claros (MG) nesta quinta-feira (18). O objetivo é ouvir delegados e acusados de envolvimento na máfia em Minas Gerais, descoberta na operação Desiderato, da Polícia Federal, que prendeu oito pessoas no dia 2 de junho.

A audiência acontecerá na Câmara Municipal de Montes Claros, a partir das 9h. Os primeiros a serem ouvidos serão o juiz federal Jeferson Ferreira Rodrigues; o Procurador da República André Vasconcelos Dias; o delegado da Polícia Federal Marcelo Eduardo Freitas; o prefeito Ruy Adriano Borges Muniz; a secretária municipal de Saúde de Montes Claros, Ana Paula de Oliveira Nascimento; o diretor presidente do Hospital Dilson de Quadros Godinho; e o superintendente do Hospital de Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros, Maurício Sérgio Sousa e Silva.

A sessão fará uma pausa por volta do meio-dia e retoma as atividades às 14h, ouvindo os seguintes depoentes: os médicos Zandonai Miranda e Gerson Miranda e as testemunhas da operação Desiderato José Cabral dos Santos, Maria Elcy Alves da Silva, Eliana Alves Ferreira Veloso e Walquiria Souza Lima.

A expectativa é de que esses depoimentos ajudem a fomentar o relatório final da Comissão, a se entregue no dia 17 de julho. Apesar de um acordo entre o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ) e líderes partidários de que nenhuma CPI será prorrogada, a exceção da Petrobrás, o presidente da Comissão que investiga a Máfia das Próteses, Geraldo Resende (PMDB/MS), tem buscado meios para prorrogar os trabalhos, com o objetivo de esclarecer a cartelização na fixação de preços e distribuição dos equipamentos, além do direcionamento da demanda dos serviços médicos por interesses privados.

Sobre a CPI

No dia 4 de janeiro, uma reportagem exibida no programa Fantástico, da Rede Globo, chocou a população revelando o esquema de corrupção que funcionava na rede pública e particular que ficou conhecido como “Máfia das Próteses”, responsável por superfaturamento no valor de cirurgias e de próteses, órteses e materiais especiais, pagamento de comissão para médicos utilizarem produtos específicos e em maior quantidade que o recomendado e, o pior: a realização de cirurgias desnecessárias que colocavam em risco a saúde de pacientes.

Requerida e presidida pelo deputado federal Geraldo Resende (PMDB – RS), a CPI foi instaurada no dia 26 de fevereiro e já ouviu Giovani Grizotti, jornalista responsável pela reportagem investigativa do Fantástico; o ministro da saúde, Arthur Chioro; o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Jaime César Moura Oliveira; os desembargadores João Barcelos de Souza Júnior e New Wiedmann; o médico Fernando Sanchis e seu irmão, Alfredo Sanchis ; os representantes das empresas Brumed, Orcimed, Intelimed, Síntese e Gusson; a advogada Niele de Campos, responsável por liminares expedidas no Rio Grande do Sul; entre outros.



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