Comissão da Câmara fará dia 30 seminário sobre alcoolismo
Seminário, que será realizado na Assembleia Legislativa do Estado, é o primeiro de uma série que será promovida em todo País
A Assembleia Legislativa do Estado sedia no próximo dia 30 o primeiro seminário de uma série que será realizada em todo País pela Comissão Especial de Bebidas Alcoólicas da Câmara dos Deputados. O objetivo é discutir com a sociedade as causas e conseqüências do consumo abusivo do álcool e as razões que determinam o aumento exponencial do consumo no últimos cinco anos, principalmente entre os jovens.
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB-MS), presidente da Comissão Especial, que é médico, explica que a série de seminários busca diagnosticar a situação em diversos estados porque o alcoolismo está disseminado em praticamente todas as cidades. “Consideramos essa iniciativa de grande relevância para o Brasil. Não podemos nos furtar desse desafio, até pela constatação de que o alcoolismo acomete 11,2% dos brasileiros que vivem nas 107 maiores cidades do país”.
Segundo o parlamentar, o álcool é responsável por cerca de 60% dos acidentes de trânsito e aparece em 70% dos laudos das mortes violentas. “Mesmo sem ser dependente do álcool, uma pessoa que utiliza o álcool sem moderação pode ter complicações tão ou mais sérias que os alcoólatras”, acrescenta Geraldo.
A Comissão Especial sobre Bebidas Alcoólicas já fez audiências públicas em Brasília para discutir medidas de prevenção e tratamento de crianças e adolescentes dependentes do consumo de álcool. O seminário em Campo será organizado com apoio do deputado Henrique Mandetta (DEM-MS), que também é médico.
Criada por sugestão do deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), a Comissão Especial de Bebidas Alcoólicas tem 25 membros titulares e 25 suplentes. O trabalho da Comissão será concentrado em dados dos últimos cinco anos, para avaliar as causas do aumento do consumo de bebidas alcoólicas e analisar as razões para o aumento do consumo, com objetivo de propor políticas públicas de combate e prevenção.
De acordo com a última pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) entre estudantes do 1º e 2º graus de dez capitais brasileiras, as bebidas alcoólicas são consumidas por mais de 65% dos entrevistados, estando bem à frente do tabaco. Dentre esses, 50% iniciaram o uso entre os 10 e 12 anos de idade, indicando que a incidência do alcoolismo é maior entre os mais jovens, especialmente na faixa etária dos 18 aos 29 anos.
Geraldo Resende defende a ideia de promover campanhas educativas mostrando os malefícios do álcool e até o controle social do comércio de bebidas com elevado teor alcoólico, restringindo, por exemplo, a exposição produto em meios de comunicação de massa como já ocorre com o tabaco.
Segundo o deputado, o alcoolismo interfere em todas as atividades, por estar associado a atos de violência e dos acidentes, desde trânsito até de trabalho. Segundo o deputado, não se trata de proibir a bebida, que é um componente cultural, do convívio social, mas mostrar os males pelo uso abusivo, que leva à dependência.
“Também é fundamental levar uma mensagem de otimismo e crença de que, no extremo da doença, as vítimas do alcoolismo possam encontrar apoio e compreensão da sociedade para sua recuperação, com respeito e sem preconceitos”, diz.