E a Clínica da Mulher?

E a Clínica da Mulher?

Geraldo Resende

Na próxima segunda-feira, 8 de Março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Cabe-nos refletir sobre os avanços da sociedade na valorização das mulheres. Mas também avaliar os entraves que ainda existem nessa caminhada.

Em Dourados, particularmente, gostaria muito que nessa segunda-feira fosse dada a ordem de início de serviço das obras de construção da Clínica da Mulher, um projeto idealizado para oferecer um atendimento de qualidade na saúde feminina em todas as suas especificidades; uma proposta para ser modelo, quiçá para todo o Centro-Oeste brasileiro.

Como esse anseio não poderá ser alcançado já nesta data, e como a expectativa criada em torno da obra junto à população de Dourados e região é muito grande, creio que cabe aqui um desabafo, que não deixa de ser, também, uma prestação de contas à comunidade.

Lembro que em março de 2007 assumi o compromisso formal de intensificar a luta pela implantação desta Clínica. A partir daí, trabalhei junto à administração municipal, que elaborou o projeto. De posse deste, articulei a viabilização dos recursos no Ministério da Saúde, tanto que em 31 de dezembro daquele ano, foram empenhados R$ 901.500,00 para a sua construção. Já o dinheiro para a compra dos equipamentos (R$ 443.487,93) foram empenhados dois dias antes e foram depositados na conta da Prefeitura no dia 8 de dezembro de 2008.

Uma das dificuldades encontradas pela administração municipal, na gestão anterior, foi encontrar uma área adequada para a implantação do prédio. A Prefeitura chegou a destinar um terreno, anexo à rodoviária, para essa finalidade, mas a idéia não foi aceita pela população.

Diante disso, comecei a trabalhar junto com minha equipe à procura de uma outra área. Não foi fácil, mas conseguimos articular a doação, pela Sociedade Beneficente Muçulmana da Grande Dourados, de um terreno anexo à mesquita, no Parque Alvorada, cujo desmembramento só veio a acontecer no início de 2009, mais de um ano após o empenho dos recursos!

A partir da definição do terreno, a documentação foi encaminhada ao Ministério da Saúde, que durante todo esse período fez e cobrou diligências e solução de pendências no projeto básico de arquitetura, nas planilhas orçamentárias e no projeto de vigilância sanitária. Uma das diligências foi encaminhada no dia 19 de novembro do ano passado pelo Fundo Nacional de Saúde porque vários problemas constatados em diligências anteriores não tinham sido totalmente resolvidos. Por conta disso, o convênio do Município com o Ministério da Saúde, que tinha vencido no dia 30 de junho de 2009, foi prorrogado para 30 de março deste ano.

A diligência mais recente data do mês passado. Somente depois de sanadas essas solicitações e encaminhadas ao Ministério da Saúde, é que será autorizado o início do processo licitatório. Como vemos, há um longo caminho a ser percorrido, mas que precisa ser palmilhado sem desânimo para que a luta não seja em vão.

Conclamo, portanto, a sociedade organizada, os movimentos de mulheres, as instituições ligadas à área de saúde, as organizações filantrópicas, os sindicatos, a Câmara de Vereadores e a administração municipal a somarmos esforços para que esse sonho não seja frustrado e tenhamos, quem sabe em 8 de Março de 2011, mais uma conquista a comemorar.

Médico e deputado federal PMDB-MS


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