Deputado Federal Geraldo Resende bem perto do terceiro setor, gabinete em Mato Grosso do Sul é espaço para fortalecer organizações como a Funcraf-MS
Nesta terça-feira, 23 de julho, a representante da Funcraf-MS (Fundação para o Estudo e Tratamento das Deformidades craniofaciais), Ana Cláudia Amaral, esteve no escritório do Deputado Federal Geraldo Resende (PSDB-MS), para falar sobre o fortalecimento da rede de atendimento da Fundação no Estado e apresentar a gerente sênior da Smile Train no Brasil, Camila Beni. Também participaram do encontro, o diretor clínico da Funcraf, Bruno Ayub e a cirurgiã plástica crâniofacial, parceira da Funcraf, Fernanda Saturnino Paradiso.
Há 24 anos em Mato Grosso do Sul, a Funcraf presta atendimento especializado a pessoas com fissura labiopalatina e portadores de deficiência auditiva. Por ser uma referência e estar localizada em Campo Grande, a Fundação atrai pessoas de várias partes do Estado que buscam pela cirurgia de correção dessa malformação. “A estimativa é que, a cada 650 crianças nascidas, uma tenha fissura. Entre os defeitos congênitos que afetam a face, ela é a mais comum”, explica a médica Fernanda Saturnino.
A fissura labiopalatina pode acometer lábios e céu da boca, afetando funções importantes como a fala e a deglutição, por isso, além da cirurgia de correção é essencial que o paciente tenha acesso ao tratamento posterior de forma contínua para que possa se reabilitar, e isso inclui uma série de outras especialidades, como explicou a responsável técnica, Ana Cláudia Amaral: “Na Funcraf, oferecemos atendimento ambulatorial completo com pediatra, otorrino, neurologista, enfermagem, psicóloga, serviço social, fonoaudiologia e também as especialidades em Odontologia, o que inclui a colocação de aparelhos ortodônticos pelo SUS”.
Hoje, a Funcraf atende uma média de 150 pacientes ao dia, o que corresponde a cerca de 2,5 mil ao mês, e ninguém paga pelo tratamento, tudo é custeado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). “O maior intuito agora é levar o atendimento especializado para o Estado todo e com essa parceria com o Deputado Federal Geraldo Resende e com a Smile train, a gente quer crescer. Esse apoio é muito importante porque faz a diferença na vida dos pacientes”, completa Ana Cláudia.
A Smile Train é a maior organização do mundo que trabalha com fissura labiopalatina, é uma entidade norte-americana com sede em Nova York que hoje está presente em 95 países e tem um saldo de mais de 2 milhões de cirurgias realizadas. Aqui no Brasil, atua desde o ano 2000, e já fez mais de 62 mil cirurgias, uma média de 5,3 mil ao ano. Hoje, são 40 parceiros, todos a nível SUS, um deles é a Funcraf. Desde 2018, a Smile Train presta apoio à Fundação com envio de materiais, equipamentos e repasse mensal para custeio de cirurgias. O maior objetivo da organização é possibilitar que o paciente com fissura labiopalatina passe pela cirurgia, se reabilite completamente e possa seguir a vida de uma forma produtiva. “Conheci pessoas que, por não terem recebido o atendimento adequado, no momento certo, acabaram por sofrer preconceito por conta da malformação, o que levou ao isolamento e isso afeta diretamente o futuro dessa pessoa”, explica Camila Beni, gerente sênior da Smile Train que veio de São Paulo, colaborar com as negociações para a ampliação da Funcraf.
Hoje, a Fundação em Campo Grande, atende 16 mil pacientes que são de responsabilidade da Prefeitura e 10 mil que são do interior e atendidos pelo Governo. Durante a reunião foi discutida a possibilidade de fazer convênios com outras Prefeituras e viabilizar a criação de pólos de atendimento que permitam descentralizar o trabalho da Funcraf, facilitando a vida dos pacientes do interior. Além de multidisciplinar, o tratamento de fissura labiopalatina precisa ser interdisciplinar, ou seja, é importante que todos os profissionais estejam juntos no mesmo local, e essa é a ideia para avançar na capital. “Queremos empoderar o serviço para que ele cresça e consiga atender mais pacientes com ainda mais qualidade”, finalizou Camila.
