Geraldo cobra reestruturação da Polícia Federal
Deputado articula criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Municípios da Faixa de Fronteira
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB) demonstrou, em pronunciamento na Câmara dos Deputados, preocupação com falta de estrutura na Polícia Federal principalmente na região de fronteira. Paralelamente, ele articula a criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Municípios da Faixa de Fronteira, como forma de auxiliar o Governo Federal a traçar estratégias para área de segurança, saúde e educação nas regiões fronteiriças.
No pronunciamento, o parlamentar repercutiu a crise detectada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no Sistema Nacional de Políticas Públicas Sobre Drogas (Sisnad). O relatório apontou deficiências de infraestrutura e carência de equipamentos nas delegacias da região de fronteira.
O relatório registra que em muitas delegacias não há sala para audiências, estacionamentos para as viaturas, e para os veículos apreendidos, que ficam expostos a céu aberto. A auditoria apontou que em Ponta Porã as condições de trabalho oferecidas aos servidores são muito ruins, tendo sido observados pontos de alagamento, infiltrações e goteiras, além do comprometimento de instalações elétricas, com sérios riscos de acidentes.
Além dos problemas de infraestrutura, o trabalho revelou que faltam equipamentos importantes para o trabalho de repressão ao tráfico de drogas, como binóculos de visão noturna, rastreadores, caminhonetes com tração nas quatro rodas, coletes balísticos e aparelhos de comunicação via satélite. O relatório aponta que a insuficiência de coletes balísticos e de aparelhos de comunicação via satélite comprometem a segurança dos policiais.
Para o deputado Geraldo Resende a situação é preocupante, e foi abordada por ele diversas vezes no ano passado. “Mesmo com os dados negativos, quero crer, no entanto, que o recente termo de adesão de onze Estados ao Plano Estratégico de Fronteiras, coordenado pelo Ministério da Justiça em parceria com o Ministério da Defesa, possibilite o acesso aos recursos, da ordem de R$ 37 milhões para investimentos em segurança, principalmente no combate ao tráfico de armas e drogas provenientes dos países vizinhos”, destaca.
Geraldo relembrou pronunciamentos que fez em julho e agosto do ano passado, no qual apontou informações semelhantes à do relatório, como por exemplo, de que o efetivo da Polícia Federal não é suficiente para atender toda a região de fronteira em seu trabalho de combate ao tráfico de drogas.
“É importante lembrar que a área que faz fronteira com grandes países produtores de maconha e cocaína – Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia – totaliza 11,6 mil quilômetros e envolve os Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre, Rondônia, Paraná e Amazonas, cuja extensão conta apenas com 14 delegacias federais, 116 delegados e 708 agentes”, destacou Geraldo.
“Por outro lado, embora haja a disponibilidade de mais de três mil vagas, oriundas de exonerações e aposentadorias, estima-se que somente 1,2 mil profissionais deverão ingressar na Polícia Federal, ainda este ano, por meio de concurso público, fato que precisa ser reavaliado com urgência”, ressaltou o deputado.
Para Geraldo Resende, é preciso concluir os entendimentos para a formalização da Frente Parlamentar em Defesa dos Municípios da Faixa de Fronteira “para que esse novo fórum de levantamentos e debates ajude o país a definir estratégias para aprimorar a qualidade de vida dos brasileiros que moram nas regiões de fronteira, com enfoque não apenas na segurança, mas também na saúde, educação e cultura”, finaliza.