Hospital da Mulher e da Criança: até quando vamos esperar? - Leia artigo

13/03/2015 11h33

Na semana passada, fiz um pronunciamento na Câmara dos Deputados e também externei minha preocupação, por meio da imprensa, sobre a possibilidade de Dourados perder os recursos (R$ 12,9 milhões!) que conquistamos com muita dificuldade, para a construção do Hospital da Mulher e da Criança, denominado IMC – Instituto da Mulher e da Criança.

Como reação à repercussão que o assunto recebeu a UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados – emitiu uma nota, afirmando que todas as providências estão sendo tomadas para que as obras do ICM, finalmente, tenham início e que no prazo fatal, o convênio com o Ministério da Saúde será renovado, para que os recursos não sejam perdidos.

Esperamos que a reação da UFGD não seja apenas a de expedir nota explicativa, mas sim, mudar sua forma de agir com relação ao projeto, porque, sinceramente, até agora somente nos deu razões para pensar que a instituição não quer ver o projeto se tornando realidade.

Aliás, foi isso o que percebemos na reunião que aconteceu no último dia 12 de fevereiro, quando participei de reunião com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e o reitor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Damião Duque de Farias.Foi ali que tive a certeza de que saúde pública não é a prioridade para os dirigentes de ambas as entidades. Naquela audiência, ficou encaminhada a proposta – absurda - de devolver para a Universidade a responsabilidade de elaborar os projetos técnicos complementares que ainda restam para possibilitar a licitação para a construção do IMC.

A luta pelo IMC começou em 2009, a partir de uma demanda apresentada pela sociedade douradense e totalmente apoiada por médicos, profissionais da área da saúde e estudantes da UFGD. Assim, em 2010, ainda no governo Lula, conquistamos, o valor de R$ 12,9 milhões para se somar à contrapartida de R$ 6 milhões da Universidade e edificarmos o Instituto da Mulher e da Criança. É uma luta, portanto, que já data de quase seis anos!

Em 08 de julho de 2012, os R$ 12,9 milhões foram descentralizados (pagos) para da UFGD, para que a Universidade iniciasse a licitação visando à confecção dos projetos técnicos, possibilitando, posteriormente, a licitação de construção. Porém, com as consecutivas reprovações dos projetos apresentados pela empresa de Goiânia, Nobre Engenharia, e pela letargia em cobrar o cumprimento das diligências, ficou cada vez mais patente o desinteresse da direção da UFGD em abrigar e gerir o IMC!Em setembro de 2013 tivemos um alento: a EBSERH, órgão ligado ao Ministério da Educação, assinou convênio com a UFGD para assumir a administração do Hospital Universitário e assim todos os seus investimentos, ou seja, a responsabilidade de licitar no Regime Diferenciado de Contratação os projetos de iluminação, hidráulica e refrigeração.Importante ressaltar que com o lapso de tempo a obra encareceu, obrigando-me a reiniciar uma luta que acreditava já ter sido vencida: o aporte de recursos. Para tanto, convenci meus colegas parlamentares a indicar uma emenda de bancada no Ministério da Educação no valor de R$ 17 milhões, para, com os contingenciamentos de costume, conquistarmos um total, somado com o já de posse da UFGD, de aproximadamente R$ 30 milhões.

No entanto, com tudo o que foi demonstrado na reunião do dia 12, fico extremamente apreensivo. Em um momento em que faltam recursos para a saúde; quando há reclamações generalizadas em relação ao atendimento à população; quando a sociedade está se mobilizando e se organizando para garantir mais orçamento para a saúde por meio do movimento “Saúde mais Dez”, duas entidades que deveriam ter zelo pelo tema e salvaguardar os recursos destinados para a área, dão a impressão de firmarem um pacto de leniência para que esses valores sejam devolvidos ao Tesouro Nacional!

Na verdade, estamos em vias de perder uma estrutura que prevê 8,7 mil metros construídos, com 42 leitos de enfermaria para Obstetrícia; 16 leitos de enfermaria para Ginecologia; 30 leitos de Pediatria; 10 leitos de pediatria de isolamento; 12 leitos de UTI Neonatal; 22 leitos de UTI Intermediária; quatro leitos de repouso para acompanhante; seis leitos para isolamento; oito salas para ambulatório; seis leitos para Hospital/dia; quatro leitos para observação; quatro leitos para pré-parto, parto e puerpério; três salas de cirurgias; duas salas para partos; um banco de leite; duas salas de reuniões; e um auditório.

Concluo com uma pergunta que não quer calar: depois dos alertas que fizemos, finalmente a UFGD e a EBSERH vão demonstrar que realmente se interessam pela saúde pública das mulheres e crianças da Grande Dourados?



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