Geraldo diz que é favorável à liberação controlada de uso da “pílula do câncer”
24/11/2015 17h01
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB), que também é médico, é favorável à liberação controlada do uso da fosfoetanolamina, a chamada “pílula do câncer”, com a ressalva de que a substância ainda seja submetida a testes e estudos clínicos necessários em humanos para saber se realmente é eficaz.
Segundo o deputado, a Anvisa — Agência Nacional de Vigilância Sanitária — não a considera como um medicamento e muito menos se sabe a quantidade adequada para dosagem no tratamento de câncer. “Contudo, as autoridades e a comunidade científica brasileira e internacional não podem desprezar os relatos de cura do câncer através do uso fosfoetanolamina. É preciso estudar caso a caso”, salienta o parlamentar.
Geraldo diz que como médico defende que o Governo Federal dê atenção máxima ao tema. “A Câmara dos Deputados já está empenhada para discutir isso, tanto que uma Comissão Geral já foi criada e o debate ocorre hoje em Plenário, com a presença de parlamentares e representantes do Ministério da Saúde e a ANVISA”, afirmou em relação a audiência que aconteceu nesta terça-feira, 24.
Fosfoetanolamina
A substância orgânica fosfoetanolamina foi estudada e sintetizada de forma independente no fim dos anos 1980 por Gilberto Orivaldo Chierice, professor aposentado do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP). Depois de patentear o composto, o docente passou a distribuí-la a pessoas interessadas, alegando que ela não é tóxica e é eficaz contra o câncer.
Por desconhecer a eficácia da substância, dada a falta de informações sobre o controle clínico de pessoas que fizeram uso dela, a USP publicou neste ano uma portaria proibindo sua distribuição. A universidade aguarda a análise e aprovação da Anvisa.
A proibição da substância, entretanto, levou diversas pessoas a questionarem na Justiça o direito de continuar usando a fosfoetanolamina, mesmo em caráter experimental. Recentemente uma liminar do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), reverteu decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que proibia a distribuição da droga aos interessados.