Pronunciamento: deputado fala sobre morte de jornalista

Pronunciamento: Geraldo fala sobre crime organizado e morte de jornalista

O Deputado Geraldo Resende fez pronunciamento nesta quarta-feira, onde lamentou a morte do jornalista e escritor Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, de 51 anos. Confira:

O CRIME ORGANIZADO E A MORTE DO JORNALISTA PAULO ROBERTO CARDOSO

Senhor Presidente,

O assassinato do terceiro jornalista, em 2012, no País tem em si, características particulares. O Jornalista e escritor Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, de 51 anos, era um combativo militante contra o tráfico de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai, mais especificamente em Ponta Porã, cidade onde dirigia a redação de um jornal, possuía um site de notícias e onde foi assassinado, no último final de semana, por dois pistoleiros. Dos 12 tiros disparados, cinco acertaram Rocaro, como era conhecido.

Quando um jornalista é calado desta forma, a memória de quem lutou contra a ditadura militar e a censura, fica incomodada por lembrar quantos profissionais da comunicação, também desapareceram por incomodar poderosos. Reestabelecida a democracia e com o revezamento no poder, acreditávamos que os jornalistas apenas morreriam por velhice ou patologias que acometem a todos. Porém, outras forças malignas construíram formas de poder, de modo a afrontar a liberdade do cidadão.

O jornalista tem por ofício denunciar estas forças estranhas, que saíram do subterrâneo nas últimas décadas. O texto destes profissionais, pode trazer a luz aquilo que reside na escuridão e de onde se origina a criminalidade, e toda sorte de ameaças sociais.

A instituição do crime organizado, tem tentáculos na burocracia estatal, regras, hierarquia e um braço armado que elimina aqueles que atravessam os seus caminhos. A fronteira seca do Brasil com o Paraguai é um ambiente que abriga os traslados de entorpecentes, armas e seus proprietários. Ponta Porã, por vezes, se comporta como o dormitório de uma violência latente que explode, de tempos em tempos, provocando estarrecimento.

Um dos inimigos centrais dessa máfia é o profissional de comunicação não contaminado pelo dinheiro sujo, e que acredita na possibilidade de uma Ponta Porá sem marginais. O combustível que empolga e acelera as ações da bandidagem é a forte sensação de impunidade.

Luto nesta Casa por maior atenção as nossas fronteiras. Estive presente no lançamento do Plano Estratégico de Fronteiras, que une as ações de dois Ministérios, o da Justiça e o da Defesa e coloca em prática uma série de políticas para salvaguardar a população dessas regiões. Acredito que a faixa de fronteira de nosso País merece e necessita de investimentos em todas as áreas para fazer frente o potencial da criminalidade.

A morte de Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, evidencia que ainda temos muito o que fazer para atender as especificidades da fronteira. A morte de Paulo Roberto Cardoso Rodrigues traz um alerta a nossa democracia, que demanda de uma imprensa livre, assegurada e sem medo.

 Muito obrigado pela atenção.

Deputado GERALDO RESENDE(PMDB/MS)


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