"Se eu for prefeito, Dourados terá oito deputados federais e três senadores"

25/11/2015 11h00

O deputado federal Geraldo Resende concedeu, na semana passada, entrevista ao jornal "Douranews", cuja edição circulou sábado, dia 21/11. O tema foram as eleições do ano que vem e o porquê da pré-candidatura para o comando da Prefeitura de Dourados.

"Tenho um “caminhão” de ações para nossa cidade e a população reconhece, tanto que me pede para ser candidato em todos os recantos por onde passo", disse o parlamentar. Ele disse que no seu partido, o PMDB,"não há mais espaços para quem, eventualmente, esteja a serviço de outras agremiações e queiram criar cizânia em nosso meio", enfatizou. Em um dos pontos ele enfatizou que, caso ele vire prefeito, irá trazer os oito deputados federais e três senadores para trabalhar por Dourados.

Confira, a seguir, a íntegra da entrevista.

Por que o senhor quer ser prefeito de Dourados?

É um sonho que acalento desde que entrei na vida pública. Penso que Dourados é uma cidade que tem sido muito generosa comigo. É o chão onde cheguei ainda menino com minha família, e aqui construí tudo o que tenho. É a cidade que me deu a base para que pudesse ser médico, duas vezes vereador, deputado estadual e agora deputado federal no quarto mandato. Logo que cheguei a esta cidade trabalhei no Jornal “O Progresso”, do saudoso Weimar Torres e depois no jornal “Tribuna do Povo”, do também saudoso Ivo Cerzóssimo, com quem aprendi o interesse pela causa pública. Então, retribuir com muito trabalho e dedicação tudo o que Dourados me proporcionou é algo muito natural para mim.

Não acha que o PMDB está “complicado” para conseguir se viabilizar?

Pelo contrário. É o partido onde comecei a militância política e no qual ingressei quando o ex-governador André Puccinelli precisava formar uma bancada forte em Brasília. É a agremiação política onde estou desde 2007 e pela qual fui eleito duas vezes deputado federal, possibilitando muitas conquistas de meus mandatos para Dourados e Mato Grosso do Sul. Tenho um “caminhão” de ações para nossa cidade e a população reconhece, tanto que me pede para ser candidato em todos os recantos por onde passo. Por outro lado, o PMDB já tem uma definição tanto em âmbito local quanto junto aos diretórios Estadual e Nacional de ter candidatura própria no ano que vem. Recentemente, renovamos o Diretório Municipal e hoje esse grupo está coeso, havendo, claro uma ou duas vozes discordantes, as quais, certamente seguirão com a esmagadora maioria após a definição sobre a candidatura majoritária. Posso garantir que hoje não há mais espaços para quem, eventualmente, esteja a serviço de outras agremiações e queiram criar cizânia em nosso meio. Então, não vejo complicação alguma, pois os convencionais peemedebistas querem o bem de nossa cidade e conhecem nossa aceitação e vontade de trabalhar ainda mais por Dourados. Assim, vamos repelir qualquer tentativa de ingerência externa no PMDB douradense.

Ser presidente de um partido influi alguma coisa para lançar candidatura?

Isso é muito relativo, dependendo da forma como os dirigentes conduzem as decisões de uma determinada agremiação. De nossa parte, rechaçamos a prática costumeira do passado, de colocar os interesses pessoais acima dos interesses partidários. Antigamente era comum dirigentes se prestarem a ingerências externas, objetivando impedir decisões independentes, inclusive filiando pessoas para participarem de eleições majoritárias sem nenhum compromisso partidário. Foram erros grosseiros pelos quais estamos pagando até hoje, quando o PMDB foi “barriga de aluguel” de candidaturas não aceitas pela população, que nos custaram derrotas eleitorais. Desta vez, criamos os antídotos para garantir que os membros do partido decidam os destinos do PMDB douradense de forma democrática.

Acha que consegue viabilizar alianças com partidos do Governo de MS e local?

Tenho certeza de que sim. Já temos conversações adiantadas com algumas agremiações. Somente não iremos divulgar agora, ou seja, vamos aguardar o momento adequado para isso. Creio, inclusive, na chegada de outros partidos ao nosso futuro “arco” de alianças, à medida em que for ficando mais clara a garantia sobre quem, de fato, são os pré-candidatos de cada uma das siglas.

Tem o compromisso do governador Reinaldo Azambuja nessa candidatura?

O que tenho é uma conversa preliminar com o governador Reinaldo Azambuja, porque temos uma convivência política excelente, desde a época em que ele foi prefeito de Maracaju e eu era deputado estadual e secretário estadual de Saúde. Voltamos a trabalhar juntos depois quando ambos fomos deputados federais. E na última campanha saí às ruas para pedir que os meus eleitores votassem nele para governador, visto que o candidato do meu partido, o Nelsinho Trad, não tinha chegado ao segundo turno. E foi nessa ocasião que o então candidato a governador Reinaldo afirmou que gostaria de me ajudar a construir uma aliança vitoriosa em Dourados, na qual eu fosse o cabeça de chapa. Aliás, o governador Reinaldo tem dito a outras pessoas que seria muito bom Dourados nos ter comandando a Prefeitura, pois, segundo as palavras dele, sou o deputado mais trabalhador da bancada de Mato Grosso do Sul. “Se o Geraldo é um ótimo deputado, será um ótimo prefeito”, tem dito o governador, fato que me deixa muito feliz e me faz acreditar que ele vai manter o compromisso que assumiu conosco.

Se viabilizar candidatura, será oposição ao prefeito Murilo?

Nós, do PMDB, já o apoiamos em diversas ocasiões e eu sou, de longe, o parlamentar que mais ajuda a atual administração com recursos para ações nas mais diversas áreas. Hoje, muitas das ações em andamento têm a marca de nossa atuação, seja por meio do mandato ou de articulação política junto ao governo do Estado ou à União. Particularmente, acredito na palavra do prefeito Murilo, quando me disse que ficará neutro no processo eleitoral do ano que vem.

Qual o obstáculo maior que enxerga para conseguir ser o candidato do PMDB?

Para ser sincero, não vejo obstáculos. Há, de fato, quem queira impedir o povo douradense de ter nosso nome como opção para as eleições do ano que vem, talvez pelo fato de terem medo de disputar conosco. Mas isso, para mim, não é um obstáculo, mas sim, tentativas de nos impor dificuldades. No momento certo, elas serão superadas.

Não acha que deveria ter feito um ‘expurgo’ de peemedebistas infiéis assim que assumiu o controle do Diretório?

Outra vez, a resposta é “não”. Essa história de “expurgo” é coisa de ditadores, de gente que trata as coisas públicas e as instituições como se fossem propriedade particular. Desde o começo de minha militância política fui um democrata, o que pressupõe a gente saber conviver com as diferenças. Também não concordo com a expressão ‘peemedebistas infiéis’. Se há um ou outro que também queira ser candidato, desde que não seja para impedir a candidatura própria do PMDB, tem o direito de disputar na convenção a possibilidade de vir a ser o indicado. Com isso, possibilitamos o debate interno, lembrando ainda a frase de Nelson Rodrigues de que “toda unanimidade é burra”.

Como reage às afirmações de que Dourados ‘perderia’ um deputado se fosse prefeito?

Simplesmente percebo uma hipocrisia muito grande, porque esse é o discurso de muita gente que em todas as eleições, trabalha para candidatos de fora e não prestigia os candidatos locais. São pessoas que contribuíram para diminuir a representatividade de Dourados e agora adota esse argumento hipócrita. Na verdade, é um discurso fajuto de quem tem medo de disputar conosco. Mas a resposta que eu dou para os meus eleitores é a de que tenho trabalhado muito por Dourados e como prefeito poderei trabalhar muito mais. Quanto aos recursos federais, já estão todos garantidos, por meio de emendas que eu apresentei no Orçamento da União/2016 e estarão novamente garantidos para o Orçamento da União/2017. O deputado que eventualmente assumir em meu lugar, terá o compromisso de discutir conosco as emendas nos dois anos restantes desse mandato. Fora isso, se eu for prefeito, Dourados não terá mais apenas um deputado federal, mas sim oito deputados e três senadores. Pode ter certeza de que eu irei bater nas portas de todos eles para viabilizar os recursos e projetos que a população douradense precisa. E eles vão nos auxiliar, pois terão o devido reconhecimento de seu trabalho e sabem disso. Por outro lado, com minha experiência em Brasília, sei os caminhos onde poderemos desentravar programas e dinheiro para muitas ações que dependem de projetos bem elaborados e devidamente cadastrados junto aos órgãos do Governo Federal.

E, às ilações de que estaria ‘forçando’ agora para ser candidato ao Senado depois?

Desconheço essas ilações. Se existiram, não sei de onde vieram. O que eu penso é que Dourados precisa sim, assumir sua condição de liderança regional e construir um projeto para aumentar sua representatividade junto ao governo do Estado, possibilitando conquistas para as cidades da Grande Dourados, Fronteira e Cone-Sul. Quero ser líder desse processo de fortalecimento dessas regiões e garantia de eleição de um grande número de deputados estaduais e federais e, quem sabe, até de um senador nas eleições de 2018.

O que Dourados poderia esperar do ‘Geraldo prefeito’?

Uma disposição redobrada de trabalhar pela minha cidade. Pode esperar um prefeito incansável, com uma vontade enorme de acertar e de fazer uma gestão moderna, sustentada na meritocracia, ou seja, composta por secretários e servidores comprometidos com a agilidade e qualidade dos serviços públicos. Quero montar uma equipe competente, que me auxilie a aplicar os recursos públicos com eficiência na busca de melhores condições de vida para a população, seja na área de mobilidade urbana, infraestrutura, moradia, saúde, educação, ou seja, que faça uma verdadeira revolução na forma de administrar a cidade. Na verdade, quero chegar ao último dia daquele mandato e, olhando para trás, poder afirmar de cabeça erguida que fui o melhor prefeito que Dourados já teve. Isso me dará tranqüilidade para, daí em diante, voltar à profissão de médico e clinicar nos postos da periferia de Dourados atendendo às mulheres mais simples do povo, que têm como única opção o atendimento que é prestado na rede pública de saúde.

FONTE: DOURANEWS


Matéria publicada pelo jornal Douranews

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