Leia entrevista de Geraldo Resende no jornal O Progresso

Nosso entrevistado desta segunda-feira é o médico Geraldo Resende, reeleito para um terceiro mandato na Câmara Federal com quase 80.000 votos. Geraldo não descarta a possibilidade de disputar as eleições para prefeito de Dourados, caso a Justiça decida por eleições diretas. “O PMDB tem que sair da mesmice, tem que deixar de ser muleta de outros projetos”, afirma Geraldo. Confira a entrevista:

Em caso de realmente haver eleições diretas em Dourados o senhor é favorável a este processo?

“Acho que tão logo acabe este processo e a Justiça dê o seu veredicto sobre a cassação do prefeito e do vice ou mes-mo que hajam as renuncias de ambos, nós precisamos de chamar o povo a decidir o que ele quer para Dourados, qual o projeto que ele quer para poder de fato terminar este período tão conturbado da nossa vida política. E nada mais viável do que chama-lo as urnas para que livremente ele decida em eleições diretas quem deverá terminar este período”

O PMDB teria nomes para tal disputa?

“Eu entendo que todos os partidos políticos precisam lançar candidatos. Vejo com muito bons olhos a já colocada candidatura do PSDB, do DEM, através do vice-governador que tem assumido que é pré- candidato e um partido da en-vergadura do PMDB com figuras tão importantes e que saiu a pouco de um processo eleitoral fortalecido como o deputa-do federal Marçal Filho, o deputado Geraldo Resende, temos hoje a prefeita interina Délia Razuk, como temos também dentro do PMDB o nome de Antônio Nogueira, Odilon Azambuja que hoje comanda com muita competência a Sanesul de Dourados eu tenho convicção de que o PMDB para resgatar a sua história, para mostrar ao povo de Dourados que deixou de ser um partido apêndice, satélite, muleta de outros projetos, precisa lançar um candidato e aí nós temos este leque de bons candidatos e eu acredito que cada um destes companheiros deverão estar a disposição do partido poderá fazer este enfrentamento.

Entendo que um leque amplo de candidaturas vai dar uma legitimidade porque nós podemos sair da mesmice das eleições passadas e termos realmente projetos que possam superar os grandes desafios que hoje são colocados para aquele ou aquela que vai terminar este período tão conturbado na vida política douradense. Enfrentar a questão do resgate da credibilidade da classe política, enfrentar um processo de resgate da confiança do eleitor e do cida-dão douradense dos seus agentes políticos e acima de tudo fazer o enfrentamento de diversas questões colocadas, uma malha viária totalmente danificada e que há muito aguarda reparos para no mínimo ser transitável, uma saúde pública num caos completo, uma educação totalmente sucateada e ao mesmo tempo com indicadores que mostram retrocessos imensos nos últimos anos e além das demandas de uma cidade que é efervescente no seu desenvolvimento a partir da capacidade extraordinária da nossa gente, principalmente dos empreendedores e que no mínimo precisa ter no comando do município alguém que esteja sintonizado com esta imensa capacidade transformadora da boa gente de Dourados” “Não me furtarei neste período tão conturbado”

O senhor insere o seu próprio nome a uma possível candidatura para um mandato tampão?

“Eu fui eleito para cumprir mais um mandato de deputado federal numa eleição que eu tive o privilegio de ser muito bem votado em Dourados e em várias cidades da região e que me deu quase oitenta mil votos. 79.299 votos limpos porque enfrentei verdadeiras máquinas eleitorais oriundas principalmente da nossa capital, muitas delas máquinas robustas, incorpadas com infra-estrutura enorme e que nós somos sobreviventes desta verdadeira guerra que foi a eleição passada e que nos fez deputado federal pelo terceiro mandato. Eu celebrei um acordo com este grande contingente de eleitores. Quero e gostaria de continuar o meu projeto de poder seguir com o grande trabalho que tenho feito por Dourados e que eu credito o resultado da nossa campanha. Mas eu sou daqueles que se for conclamado a emprestar o meu nome para poder resgatar a credibilidade e fazermos de fato um governo de salvação para Dourados eu não furtarei neste período tão conturbado da nossa vida política”

“Não é uma questão de troca e sim de compromisso”

Compensaria politicamente trocar quatro anos vindouros de deputado federal por dois anos de prefeito?

“Não é uma questão de troca e sim de compromisso. Eu só cheguei onde cheguei com todas as dificuldades, os desafi-os que precisei superar, ao terceiro mandato deputado federal. Se eu consegui realizar o sonho de um menino pobre de ser médico eu devo tudo isso a Dourados. Se neste momento eu me negar a colaborar com a minha cidade eu estaria ne-gando até mesmo a minha própria razão de hoje me sentir um douradense nato”

Porque muitas das obras viabilizadas pelo senhor nos últimos anos acabou não emperrando?

“É uma lástima a gente hoje fazer esta constatação, constatação inclusive foi a pouco tempo reforçada com a fala do ex-secretário Eleandro Passaia, que havia uma determinação do prefeito Ari Artuzi, que hoje está preso de retardar, pos-tergar, fazer todos os processos de uma forma que eles não fossem ultimados, ou seja, havia uma determinação de atrasar todas as obras viabilizadas pelo deputado Geraldo Resende e aí já enumeramos várias destas obras, já cobramos inclusive de vários setores inclusive da própria imprensa, muitas vezes isso era confundido com uma briga paroquial quando a gente viabilizava e cobrava a ultimação destes recursos para que eles pudessem cumprir suas finalidades e muitas vezes isso não acontecia por pura perseguição política de quem estava no comando daquilo que depois aflorou como verdadeiro desgoverno aqui na nossa cidade. Ao tentar inviabilizar as nossas obras, o prefeito que hoje se encontra encarcerado prejudicou realmente a população, principalmente a população mais humilde, a população que acreditou e fez o projeto dele ser vitorioso e ele foi algoz do seu próprio eleitor, ou seja quem pagou o preço deste desgoverno de quase dois anos do prefeito Ari Artuzi foram as pessoas mais humildes cuja as obras que ele prejudicou o andamento tinha o objetivo de melhorar a vida destas pessoas ”

“Fui prejudicado, eu poderia ter obtido um resultado muito melhor”

O senhor acha que realmente o atraso destas obras lhe prejudicou politicamente já que conseguiu o seu objetivo que era o de se reeleger?

“Fui prejudicado sim, eu poderia ter obtido um resultado muito melhor. O próprio eleitor nos cobrava, dizendo: cadê a obra que o senhor anunciou aqui para o nosso bairro? Muitas vezes eu gastava muito tempo para explicar o que estava acontecendo e as vezes o cidadão era confundido e não sabia com quem estava a razão. Acredito que isso foi feito de forma deliberada para me prejudicar no processo eleitoral. Eu poderia ter tido uma votação bem maior se várias destas obras tivessem acontecido. Hoje, apesar de comemorar uma vitória, que foi maiúscula, esta vitória poderia ter sido muito maior se várias destas ações pudessem ter acontecido a seu tempo. Posso comemorar hoje várias obras viabilizadas por mim e executadas pelo Governo do Estado como o término do asfalto, drenagem lá do Parque das Nações II Plano, Par-que dos Coqueiros, do Novo Horizonte, Conjunto Iwaetê, Parque do Lago I, Parque do Lago II, Vila Bela, Vila Erondina e além disso vamos iniciar nos próximos dias obras importantes como a praça do Izidro Pedroso, Canaã III e espero in-clusive no próximo ano iniciar uma obra extraordinária, uma das maiores conquistas do nosso mandato que é o Instituto da Mulher e da Criança”

“Não há polêmica nenhuma sobre a Escola Técnica”

A obra da Escola Técnica Federal acabou causando uma certa polêmica em torno da autoria do projeto, o senhor concorda com isso?

“Não há polêmica nenhuma sobre a questão da Escola Técnica Federal de Dourados. Quando o governo lançou um programa de expansão e fez isso com muita discussão no país todo em 2006, na criação de 214 escolas técnicas para o país o deputado Geraldo Resende apresentou uma emenda e lutou muito para que se criasse uma escola federal em Dou-rados. O relator do projeto na área de educação deputado federal do nosso estado seguiu orientação do governo e não acatou a nossa emenda, a justificativa naquele momento era de que nós tínhamos conquistado recentemente a Universi-dade Federal da Grande Dourados e que nós deveríamos dar oportunidade a outros municípios do Estado de ter a escolas técnicas federais.

Nós conseguimos sete novas escolas, a de Coxim, Ponta Porã, Instituto Técnico Federal em Campo Grande, a de Nova Andradina, de Corumbá e de Aquidauana. Todas estas escolas já estão com as obras em andamento seis deverão no mais tardar, no segundo semestre do ano que vem, conforme nos assegura o reitor do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul professor Marcus Aurélius em recente reunião ocorrida em Brasília. O governo federal aponta para a criação de novas sete a oito unidades de escolas técnicas federais em Mato Grosso do Sul. Em 2009 nós apresentamos um projeto de lei assinado por todos os oito deputados da bancada assinando o nosso projeto de lei autorizando o gover-no a criar uma escola técnica federal acoplada a Universidade Federal da Grande Dourados. Agora nós temos aí a parce-ria do deputado Marçal Filho que entendeu ser esta uma luta justa e tem nos ajudado e na última reunião que nós tivemos com o reitor do Instituto Técnico Federal de Mato Grosso do Sul ele assegurou que neste processo de expansão a primei-ra escola a ser criada era a de Dourados, então é uma luta conjunta e nós precisamos ter este entendimento de que nin-guém sozinho consegue grandes vitórias sem o envolvimento de grandes atores. Bom que nós tenhamos hoje além do deputado Marçal Filho outros deputados e outros senadores com o mesmo objetivo”.

E quanto a reconstrução do histórico Colégio Presidente Vargas quando as obras serão iniciadas?

“Quanto ao Presidente Vargas há uma cerca hipocrisia de alguns setores da política e as vezes até alguns setores da mídia porque são trinta anos que o Presidente Vargas ficou sem receber qualquer tipo de investimento. Quando o Minis-tério Público Estadual julgou inadequada a continuidade do ensino no Presidente Vargas e cobrou do Governo do Estado uma reconstrução o deputado Geraldo Resende, inclusive como forma de demonstrar o carinho para com esta escola, porque se hoje sou cidadão, médico e deputado federal que tenho contribuído não só para Dourados, mas para todo o Mato Grosso do Sul é porque eu tive ali uma boa educação, tanto no aspecto da formação do meu caráter como no as-pecto de cidadão preocupado com a minha cidade, meu estado e meu país.

E eu assegurei a direção desta escola que não fez como outras direções no passado, ou seja; brigou, nos procurou, reivindicou e eu assegurei que faria toda a gestão para que ocorresse a reforma completa e ali edificasse um colégio que pudesse ser modelo e desse continuidade a história do Presidente Vargas de há mais de cinco décadas. Fui atrás de uma parceria com o deputado Moka e colocamos 1,5 milhão de emenda no orçamento deste ano de 2010 e celebramos um compromisso com o Governo do Estado e com o FNDE para que pudéssemos construir de maneira tripartite ou seja bancada dos deputados, do Fundo Nacional de Desen-volvimento da Educação e Estado.

Foi feito um projeto com um arquiteto de renome estadual, Ângelo Arruda, apresen-tamos este projeto de um prédio bonito. Ao direcionar nossas emendas na primeira leva eu coloquei o Presidente Vargas como prioridade e infelizmente houve uma greve do pessoal do FNDE, greve do sindicato ligado a CUT e que impossi-bilitou o empenho do recurso antes do processo eleitoral e depois que passou a eleição nós fomos verificar e descobrimos que o projeto encaminhado pelo Governo do Estado não poderia também haver dentro da rubrica que os deputados colo-caram na medida em que o projeto tem que ser de construção e não de reforma e nem de demolição.

Neste caso tivemos que refazer todo o projeto, já entregamos na semana passada e há um compromisso para empenho na semana que vem e eu espero que e estou assumindo outro compromisso inclusive para não deixar esta obra demandar mais tempo, ou seja vou colocar mais um milhão em recursos no ano que vem e estou tentando e devo conseguir convencer outros deputados da bancada a colocar também recursos adicionais para no caso de um dos atores não puder dar a sua parte já que o pró-prio FNDE está dizendo que há escassez de recursos para cumprir a sua parte este ano e vai deixar para o ano que vem, eu estou tentando colocar recursos de emendas que a gente teve de sobra para que uma vez iniciando a obra no ano que vem possa termina-la ainda em 2011 para que em 2012 a gente possa ter o novo colégio do Presidente Vargas.


Entrevista do deputado federal Geraldo Resende ao jornal O Progresso de Dourados. (Foto: Reprodução)

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