Frente cobra rapidez em estudos de ferrovias
Deputado Geraldo Resende defende traçado alternativo e implantação da Ferrovia do Pantanal para tornar produção de MS mais competitiva com barateamento do frete
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB-MS) discutiu nesta terça-feira, 12, em audiência com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, a implantação da Ferrovia do Pantanal em Mato Grosso do Sul, a partir da extensão dos troncos ferroviários Norte-Sul e Ferroeste, permitindo assim a implantação da Ferrovia do Pantanal por meio de ramais interligando as regiões Leste (Aparecida do Taboado), Sul (Dourados e Mundo Novo) e Oeste (Maracaju).
Geraldo é representante do Centro Oeste como vice-presidente da Frente Parlamentar das Ferrovias no Congresso Nacional. Ele se reuniu com o ministro dos Transportes junto com os deputados José Rocha (PR-BA), Zonta (PP-SC), e o presidente da Frente, Pedro Ucza (PT-SC)i.
Segundo Geraldo Resende, o plano que prevê a expansão da malha ferroviária é estratégico para Mato Grosso do Sul e cobrou pressa nos estudos de viabilidade, já licitados, apontando que há gargalos de logística e transportes que impedem a economia do Estado e de toda região Centro Oeste de se desenvolver, já que o modal rodoviário está saturado.
“Atualmente, transportar uma tonelada de nossa produção agrícola pelas rodovias custa US$ 4 por quilômetro, já por ferrovia, o custo cai pela metade”, diz. “Embora o modal rodoviário tenha se consolidado como logística confiável em relação a prazos, onera a produção”.
O deputado lembra que Mato Grosso do Sul faz parte da região mais rica do país, mas não tem uma logística avançada de transporte de cargas. Em razão da deficiência, uma produção anual de 5 milhões de toneladas de grãos, 1,5 milhão de toneladas de açúcar e 2 milhões de metros cúbicos de etanol é transportada até os grandes centros consumidores por meio de rodovias.
Atualmente, há apenas uma linha ferroviária que liga Mato Grosso do Sul a um porto, o de Santos. Desde a privatização da antiga NOB (Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, da extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal), em 1996, a deficiência da malha ferroviária tem exposto o grande gargalo de logística.
Mas com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o PNLT, reacendeu-se a perspectiva de investimentos maciços na expansão ferroviária, não apenas por setores privados e de economia mista do setor de mineração, mas do poder público.
Proposta
Em Mato Grosso do Sul, a meta é interligar o Estado à malha ferroviária nacional por meio de um ramal que incorpore o sistema estadual à Ferrovia Norte-Sul pelo município de Aparecida do Taboado até Estrela D`Oeste (SP), passando por Três Lagoas e Brasilândia, com um entroncamento com a Ferroeste (Ferrovia do Pantanal) a partir de Maracaju, passando por Dourados, Mundo Novo, até Paranaguá (PR).
Os traçados prevêem um ramal interligando a Ferrovia do Pantanal, na região de Maracaju, até Cascavel, no Paraná, passando por Dourados e Mundo Novo (MS) – Guaíra e Cascavel (PR), seguindo até o porto de Paranaguá; um ramal de Estrela do Oeste/Panorama (SP) interligado à Ferronorte, passando por Aparecida do Taboado, Três Lagoas, Nova Andradina e Dourados, onde os dois troncos se confluem e se interligam ao Paraná passando por Mundo Novo. Há, ainda, a idéia do terceiro ramal, ligando Dourados, Maracaju e Porto Murtinho.
O estudo do trecho que prevê a ligação MS-PR, com destino ao porto de Paranaguá, já foi encomendado pelo governo. A Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias publicou no dia 1º de abril o edital de concorrência para a contratação de empresa especializada que vai elaborar os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental dos novos ramais da Ferroeste e da Ferrovia Norte-Sul.
O edital prevê a execução dos estudos para a ligação ferroviária de Mato Grosso do Sul com o município de Panorama (SP), a partir do Ramal de Maracaju, numa extensão aproximada de 1.116 quilômetros.
O que se busca é estruturar essa ligação por meio de dois ramais, aproveitando os troncos da Ferrovia do Pantanal (antiga NOB) ligando-a à Ferroeste e a Ferronorte, que integra a Norte-Sul dentro do Plano Nacional de Logística e Transportes, considerando que apenas a Ferrovia do Pantanal-Novoeste não comportaria o volume de cargas de Mato Grosso do Sul, do Centro Oeste brasileiro e do Oeste do Paraná.