Geraldo Resende e Carlos Marun são contrários a novas indicações do PMDB
24/09/2015 18h14
Contrariando a orientação do PMDB na Câmara dos Deputados, os parlamentares sul mato-grossenses Geraldo Resende e Carlos Marun votaram pela não indicação de nomes para compor os Ministérios da Saúde e outra pasta ainda não definida, mas ligada à infraestrutura. Na terça-feira, após uma reunião fechada de quase duas horas, por 42 votos a 9, os deputados decidiram que o partido irá ampliar a sua participação na Esplanada dos Ministérios.
Na opinião de Geraldo Resende, o PMDB deveria aguardar pela convenção partidária agendada para o mês de novembro, antes de indicar novos nomes para compor os ministérios. “Muitos deputados do partido, os próprios militantes, lideranças e filiados do PMDB não acreditam mais no resgate da credibilidade desse governo. O governo está moribundo e não consegue mais reunir condições de manter a estabilidade política e econômica”, disse o parlamentar.
O PMDB atualmente tem seis ministérios – Turismo, Agricultura, Aviação Civil, Assuntos Estratégicos, Minas e Energia e Portos. Com a reforma administrativa, o partido deve ficar com quatro pastas – dois indicados pela bancada na Câmara e dois, pela bancada no Senado.
Segundo avaliação de Geraldo Resende, o PMDB deve deixar a base do governo, por não concordar com as políticas econômicas adotadas recentemente pelo Palácio do Planalto, que prejudicaram ainda mais o povo brasileiro. “Os impostos aumentaram, a moeda está fragilizada, o Brasil perdeu grau de investimento, os direitos dos trabalhadores foram cortados e o governo está completamente atrapalhado e sem coordenação nenhuma”, destacou.
Na visão do deputado, o PMDB corre o risco de se perder com o governo do PT. Ele citou um velho ditado popular que elucida a relação entre os dois partidos. “Pode-se prantear com o defunto e ir à cova, mas não pode se enterrar junto com o defunto”, enfatizou.
CPMF
A volta da CPMF tem gerado inúmeros protestos de deputados e senadores que não concordam com a cobrança do imposto. De acordo com o governo, a volta da CPMF estabelece uma alíquota de 0,2% sobre as movimentações financeiras. Ao anunciar as medidas, o governo informou que o novo tributo irá vigorar por até quatro anos, e os recursos arrecadados serão destinados à Previdência Social.
Contrário à proposta, o deputado Geraldo Resende disse que, ao tratar com a Câmara dos Deputados sobre o imposto, a articulação política do governo e a presidente Dilma Rousseff se mostram atrapalhados e evasivos. “Ora o governo quer a CPMF, ora recua. Agora a proposta foi enviada ao Congresso Nacional, tentando jogar a responsabilidade das desordens do governo para o parlamento”, concluiu Geraldo Resende, que já declarou que vota contra a CPMF.