Geraldo Resende cobra pagamento de salários
Da tribuna, deputado pede regularização de pagamento a médicos e odontólogos que atuam nas aldeias de MS
O deputado federal Geraldo Resende usou a tribuna da Câmara, nesta terça-feira (20), para cobrar o pagamento dos salários atrasados de 38 médicos e 32 odontólogos que atendem nas aldeias de Mato Grosso do Sul. Eles estão em greve desde o último dia 12 por falta de recebimento dos salários do mês de fevereiro.
Por causa desse atraso, esses profissionais encontram-se em greve. Em Dourados, que abriga uma das mais populosas aldeias do país, atuam sete médicos e cinco dentistas nas aldeias. Apenas 30% desse efetivo está atuando, de forma revezada.
“Se com o atendimento sendo feito normalmente a vida já é dura para as comunidades indígenas, imaginem sem os médicos para socorrê-los nas aldeias”, afirmou Geraldo. “Por isso, estamos pedindo que os repasses sejam regularizados com a máxima urgência possível”.
Baseando-se em informações do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), Geraldo disse que o Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde repassa, anualmente, R$ 30 milhões para a ONG Missão Evangélica Caiuás para serem investidos no pagamento dos mais de 700 servidores que atuam em todo o Estado. Esse valor deverá ser pago em quatro parcelas, porém, neste ano, apenas uma delas foi repassada à Missão.
Violência
No discurso, Geraldo disse que o índice de violência na Reserva de Dourados é altíssimo, comparado com outras regiões do país. “Essa comunidade enfrenta surtos de alcoolismo e drogas que resultam em assassinatos e tentativas de homicídio. Nesta reserva, segundo dados do Ministério Público Federal, a taxa de homicídios entre Guarani-Kaiowa, no ano passado, foi de 210 por 100 mil habitantes, 795% a mais do que a média nacional”.
A questão da Vila Olímpica Indígena também foi abordada por Geraldo. “Dourados tem a primeira Vila Olímpica Indígena do Brasil, graças à atuação deste parlamentar que viabilizou os recursos para as obras como alternativa para tirar os jovens da droga e do álcool. No entanto, desde que inaugurado em maio do ano passado, o complexo se manteve fechado para a população”, lamentou o parlamentar.
De acordo com Geraldo, a responsável pela gestão da Vila Olímpica é a Prefeitura de Dourados, que se manteve omissa neste período. “Foi necessária a intervenção do Ministério Público Federal, que obrigou o município a cumprir sua responsabilidade, levando-a a anunciar o início das atividades para os próximos 15 dias”.
Outro aspecto citado pelo parlamentar foi sobre os recursos de R$ 1,8 milhão, que foram repassados pelo Fundo Nacional de Saúde para a Prefeitura de Dourados, destinados a investimentos na Reserva. “Enquanto postos de saúde na Reserva estavam deteriorados, sem medicamentos e oferecendo péssimas condições de trabalho aos agentes de saúde, os recursos repassados ao longo de 2009, 2010 e 2011, estavam na conta da Prefeitura”.
O parlamentar ainda lembrou que em outubro do ano passado a Prefeitura prometeu à comunidade, segundo os indígenas, que faria a compra de equipamentos e viaturas para a saúde. Seriam duas ambulâncias e 10 carros para as equipes, até o momento não entregues àquela população.