Geraldo defende que o Hospital Universitário/UFGD assuma a oncologia em Dourados

15/08/2017 12h21

O deputado federal Geraldo Resende (PSDB) defendeu ontem que o Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU/UFGD) assuma os atendimentos de oncologia que estão sendo retirados do Hospital Evangélico (HE) e levados para o Hospital da Cassems. "Está claro que o hospital dos servidores não tem vocação e, tampouco, missão para atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e o caos instalados nessas primeiras semanas em que os serviços de oncologia estão retirado do Hospital Evangélico comprova essa tese", observa Geraldo Resende.

Na visão do parlamentar, os interesses da iniciativa privada não podem capturar serviços que precisam ser prestados por entidades públicas ou filantrópicas conforme estabelece as normas que nortearam a construção do Sistema Único de Saúde. "Dourados acabou de ser excluída do Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde e perdeu um equipamento de mais de R$ 5 milhões que seria instalado no Hospital Evangélico", ressalta. "Isso ocorreu, segundo o próprio diretor técnico do HE, Humberto Moreira, porque os antigos agentes que prestavam serviço na oncologia deixaram de atender exigências legais do Ministério da Saúde", alerta Geraldo Resende.

Caso os serviços não sejam retomados pelo Hospital Evangélico, o deputado entende que o credenciamento do Hospital Universitário para atendimento de alta complexidade em oncologia seria a solução mais viável. "Entendemos que devido ao imbróglio que envolve os pacientes com câncer neste momento, o melhor para a região da Grande Dourados é trabalhar para que o serviço de oncologia possa se instalar em curtíssimo prazo no HU", defende o parlamentar.

Ele aponta vários motivos para justificar o credenciamento do Hospital Universitário. "Primeiro que é um hospital público e de referência em diversas áreas da saúde; é um hospital mantido 100% com recursos públicos e não visa lucro; é um hospital que já possui vários profissionais que atendem as exigências do SUS para receber o receber o serviço e oncologia, todos já concursados e bastante qualificados", enumera Geraldo Resende.

Ainda de acordo com o deputado, com o lançamento no dia 21 de agosto das obras de construção do Hospital da Mulher e da Criança, que será administrado pelo HU/UFGD, seria importante que os serviços de oncologia também sejam levados para o Hospital Universitário. "Na condição de deputado e membro atuante da frente parlamentar em defesa da saúde, assumo o compromisso de fazer aportes de recursos para viabilizar a oncologia no HU e acabar de vez com falta de medicamentos em virtude de disputas de grupos e interesses privados dos prestadores, que tenham abocanhar o parece vantajoso dentro do SUS", finaliza Geraldo Resende.

O credenciamento do HU/UFGD para os serviços de oncologia também é visto como solução pelo Ministério da Saúde. "Em Dourados, há o Hospital da Universidade Federal da Grande Dourados, estabelecimento de saúde capaz para ampliar a oferta de serviços de alta complexidade em oncologia na região mediante credenciamento local e habilitação pelo Ministério da Saúde, condição que permitiria se apreciar sua inclusão no Plano de Expansão da Radioterapia do SUS", enfatizou Sandro José Martins, coordenador-geral da Secretaria de Atenção à Saúde do Departamento de Atenção Especializada e Temática de Atenção Especializada.

A diretora do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados, Mariana Croda, disse ontem que o credenciamento da unidade para atendimento à alta complexidade de oncologia depende do interesse do gestor pleno, neste caso a Prefeitura de Dourados. Conforme a diretora, em abril desse ano, o Ministério da Saúde avaliou o Hospital Universitário e concluiu a possibilidade dele oferecer o serviço, tendo em vista que a unidade conta com os equipamentos e profissionais necessários. "No entanto, para que o HU tenha condições de oferecer o serviço, a Prefeitura de Dourados teria que assumir algum serviço prestado no Hospital, para que a unidade tenha condições físicas para abrigar a oncologia", destaca.

Mariana Croda ressaltou ainda que o Hospital só não disputou a licitação para prestar o serviço de oncologia porque a Prefeitura antecipadamente informou que não poderia assumir nenhum dos serviços ofertados no HU. "O Hospital precisa se habilitar, mas para isso precisa comprovar série histórica, ou seja, atendimentos realizados. Porém para que possamos receber esses novos pacientes, o município precisa ter interesse. Por enquanto, o que temos certeza é de que com a construção, em dois anos, do Hospital da Mulher e da Criança o setor de obstetrícia sairá do HU e com isso poderemos aumentar a oferta de serviços", destaca Mariana.


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