Geraldo defende eleição direta para escolher diretor de escolas da Reme
18/11/2017 10h30
O deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS) hipotecou apoio aos diretores das 45 escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme) de Dourados na luta pela manutenção da lei aprovada em 2002 que estabeleceu a eleição direta para escolha da direção das unidades. "Eleger o diretor e o vice-diretor foi um avanço da democracia e uma conquista da comunidade escolar que devem ser preservadas pelo poder público municipal", analisa Geraldo diante da possibilidade de a prefeita Délia Razuk enviar à Câmara de Vereadores um projeto revogando a Lei 2.491, que instituiu a eleição direta para escolha de diretores e vice-diretores de escolas municipais em 2002 por iniciativa do então prefeito Laerte Tetila (PT).
O parlamentar revela que foi procurado por diretores de escolas municipais nesta semana, todos preocupados com a possível revogação da lei. "Também causa estranheza essa iniciativa num momento em que a maioria das prefeituras está aprovando leis no sentido contrário", observa. "As prefeituras de Campo Grande e Itaporã, por exemplo, acabaram de enviar projeto ao Legislativo Municipal instituindo a votação direta para escolha de diretores, enquanto em Dourados existe a ameaça de acabar com essa importante e democrática conquista", completa Geraldo Resende.
Na visão de Geraldo Resende também é estranho que o eventual projeto não tenha sido discutido com a comunidade escolar e, tampouco, com os educadores. "Minha preocupação é que essa proposta chegue na Câmara Municipal no afogadilho da hora e seja protocolado com pedido de urgência para ser aprovado da forma como ocorreu com o projeto que alterou o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), tirando importantes conquistas dos professores", desabafa o parlamentar.
Outra preocupação de Geraldo Resende repousa sobre as mudanças que a indicação política de diretor e vice-diretor pode acarretar às escolas. "Como ficará a gestão dos recursos da merenda escolar? Será que vão concentrar todo o dinheiro num setor para a prefeitura comprar a merenda e retornar ao tempo em que as crianças recebiam apenas mingau de fubá? Como será a convivência da comunidade escolar com os diretores indicados politicamente? Como ficará a questão disciplinar nas escolas com diretores que não conhecem a realidade local?", questiona. "São perguntas que deveriam ser respondidas pelo poder público municipal antes de pensar em qualquer mudança", conclui Geraldo Resende.
O deputado afirma esperar que a prefeita Délia Razuk repense essa questão. "O bom senso manda que um projeto tão impactante quanto esse, que interfere diretamente na vida de mais de 40 mil pais, deva ser amplamente discutido com a comunidade escolar e com os gestores das escolas", observa. "Além do mais, para que mudar aquilo que já está dando certo, com a gestão democrática das escolas na forma do Artigo 206, inciso VI, da Constituição Federal", finaliza Geraldo Resende.