Enfermagem pede intervenção do MP no Hospital da Vida, de Dourados
02/05/2017 12h32
Representantes da enfermagem do Hospital da Vida estão pedindo a intervenção do Ministério Público Estadual na unidade. O objetivo é denunciar a falta de condições de trabalho, que prejudica tanto a categoria como também põe em risco a vida de pacientes. Segundo os profissionais a falta de insumos básicos como gaze, esparadrapo, roupas de cama e medicamentos, virou rotina. "A situação é tão crítica que esses dias nem mesmo o aparelho de medir pressão tinha na unidade. Estamos vivendo de empréstimo de outros hospitais ou trazer de casa porque falta de tudo no hospital. Não temos condições de trabalhar adequadamente.
Esses dias tinha médico que não conseguia entrar na UTI por falta de roupa do hospital. Nossas máscaras N95 são descartáveis mas temos que usá-las por mais de 3 meses correndo riscos de contaminação graves", destaca profissional que preferiu não se identificar por medo de represaria. Vestidos de preto por baixo dos jalecos, os profissionais foram para a frente do Hospital da Vida na última sexta-feira. Além de melhores condições de trabalho eles reivindicam reajuste salarial, já que a data-base da categoria seria em fevereiro, além de folga mensal, lugar de descanso no final de semana e redução da carga horária de 44 horas semanais para 36. "Há um grande movimento nacional pela redução da carga horária para 36 horas, enquanto no Congresso não se regulamenta a atividade para as 30 horas que é o ideal e o recomendado para garantir a saúde do trabalhador", explica.
Segundo a Comissão de Negociação da Enfermagem, as reivindicações já foram levadas para a Prefeitura, mas sem nenhuma resposta. "Estamos buscando sensibilizar o poder público, principalmente sobre as promessas de campanha que não estão sendo cumpridas. A melhoria das nossas condições de trabalho representa melhor qualidade no atendimento aos pacientes. Esses dias presenciamos profissionais sendo agredidos verbalmente aqui dentro por falta de insumos, mas mesmo assim nenhuma providência foi tomada", lamenta.
Segundo a comissão, a enfermagem vai oficializar o pedido de intervenção no Ministério Público no próximo dia 12. "Já entramos em contato com a promotoria e vamos levar o caso as autoridades competentes porque a gente cobra providências, pede negociação, mas nunca somos ouvidos", destaca.
Outro lado
O secretario de Saúde de Dourados Renato Vidigal disse que não foi informado sobre o ato público no Hospital da Vida. Informou ainda que a Prefeitura vem trabalhando para manter o pagamento de todos os servidores em dia e que sempre esteve aberto ao diálogo com a categoria para discutir reajuste salarial. "A Secretaria de Saúde trabalha para ter um aumento salarial. Eu defendo a classe deles até porque eu já trabalhei no Hospital da Vida. Só que a gente precisa chegar num consenso comum para que não haja demissão, afinal lá são todos trabalhadores celetistas (CLD), ou seja não é concurso estatutário, por isso eles não tem estabilidade no trabalho. A secretaria estuda um aumento, mas ele deve ser planejado para que não ocorram demissões. O reajuste vai ser ocorrer de acordo com as condições da Prefeitura para evitar demissões", garantiu Vidigal.
Em relação as roupas de cama faltando o secretário disse que vem corrigindo erros da gestão passada como a notificação da terceirizada. Segundo ele, o contrato também acaba de vencer e a Prefeitura já iniciou licitação para contratar nova empresa para realizar esse serviço. Em relação aos insumos como gaze, esparadrapo, entre outros, o secretário disse que já houve o processo de licitação, mas quando falta, a Secretaria de Saúde empresa para a Fundação Municipal de Saúde.
Fonte: O PROGRESSO