Estado licita construção de novas salas na Escola "Guateka" Marçal de Souza
22/02/2013 17h19
O governo do Estado iniciou, essa semana, o processo licitatório para a ampliação da Escola Estadual de Ensino Médio Interculturalo Guateka - Marçal de Souza, situada na Aldeia Jaguapiru, dentro da Reserva Indígena de Dourados. Serão construídos cinco laboratórios científicos, uma biblioteca, dois laboratórios tecnológicos e um refeitório.
A ampliação será executada com recursos oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), como resultado de articulações do deputado federal Geraldo Resende e da secretária estadual de Educação Nilene Badeca, somando investimentos da ordem de R$ 722 mil. A medida complementa outras ações dos governos federal e estadual na mesma escola, entre elas a reforma total, inaugurada em novembro de 2009, substituindo a casa de pau a pique que existia anteriormente, bem como a construção de uma quadra coberta, que está em andamento.
O deputado federal Geraldo Resende, que articulou a reconstrução da Escola Guateka, a implantação da quadra e agora a ampliação que vai possibilitar a implantação de ensino profissionalizante, avalia que todas essas conquistas têm o objetivo de propiciar melhores condições de vida à população indígena, que a seu ver, tem os mesmos anseios e direitos que a população não índia.
“A oferta de cursos profissionalizantes vai instruir e qualificar a juventude indígena, possibilitando sua inserção no mercado de trabalho da região da Grande Dourados”, afirma Geraldo. “Muitos são os problemas que afligem a comunidade indígena, pois são quase 14 mil pessoas residindo e compartilhando uma área de 3,5 mil hectares de terra, convivendo com os mais variados problemas como drogas, bebidas, suicídios, entre outros, pela falta de perspectiva de vida”.
De acordo com o parlamentar, a maioria dos homens, a partir dos 18 anos, dedica-se ao trabalho braçal nas usinas de álcool e açúcar da região. “É comum deparar com ônibus lotados entrando e saindo da Reserva para tal finalidade”, constata, lembrando que a construção do novo prédio da Escola Estadual de Ensino Médio já está mudando esta realidade.Escola reconstruída
A reconstrução da Escola “Guateka”, que ocorreu em 2009, coroou uma luta de Geraldo Resende e de lideranças, em favor da educação dentro da Reserva Indígena de Dourados. O novo prédio, que reúne modernidade e funcionalidade, foi viabilizado por meio de uma parceria entre o governo do Estado e o Ministério da Educação, que garantiram R$ 726.954,50 para a execução da obra.
O prédio tem 480 metros de área construída, num terreno de 10 mil metros quadrados. É composto por um bloco pedagógico com seis salas de aula, uma sala de informática e uma sala de leitura. Na parte destinada ao bloco administrativo, há salas para diretoria, arquivo, dois sanitários, secretaria e almoxarifado. O setor de serviços tem estrutura para vestiários, sala para material de limpeza, área de serviço, despensa, cozinha e sanitários masculino e feminino. O pátio coberto tem a forma de uma oca.
Quadra de esportes
A construção da quadra coberta da Escola Estadual “Guateka” Marçal de Souza, está em fase final. As obras começaram em novembro do ano passado, com previsão de entrega em 180 dias. No projeto, estão sendo investidos R$ 302.015,89 em recursos garantidos por meio de parceria entre o deputado federal Geraldo Resende (PMDB) e o Governo do Estado, junto ao Ministério da Educação.
De acordo com o parlamentar a construção da escola também vai contribuir para a minimização de problemas sociais como consumo de álcool e drogas, tendo como alternativa a prática do esporte. “São diversas modalidades esportivas que, hoje, estão sendo realizadas de forma improvisada. Para se ter uma ideia, não há um local próprio para os alunos, que muitas vezes são obrigados a usar quadras de outras escolas, devido à falta de estrutura”, destaca, observando que a partir da construção da quadra, a Escola vai ganhar um salto de qualidade, coroando uma luta em favor da educação dentro da Reserva Indígena de Dourados.
A diretora da Escola Guateka, Osmarilda dos Santos Pires de Araújo, concorda com a afirmação de Geraldo Resende. Segundo ela, sem a quadra, 50% das atividades em geral da escola são comprometidos. “Não dá para fazer práticas, nem culturais e de contato com os pais dos alunos. A escola Tengatuí nos empresta a quadra deles, porém sempre há choque de horários com os alunos de lá que também utilizam a quadra. Com esta obra aqui na nossa escola, esta realidade muda. Estamos muito felizes por conseguir dar um salto grande na qualidade do ensino”, destaca.