Bancada do MS aciona Ministério da Justiça contra monopólio de frigorifico

Os deputados e senadores dos Estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além de representantes do setor produtivo se reuniram, na manhã desta quinta-feira (24) com o secretário de Direitos Econômicos do Ministério da Justiça Vinícius Marques de Carvalho, para cobrar um levantamento referente à um grupo econômico do mercado dos frigoríficos. Para as lideranças, esta empresa está monopolizando o setor.

Para o deputado Geraldo Resende (PMDB), “o frigorífico está adquirindo outras pequenas plantas e deixando desativadas, prejudicando os pecuaristas. Temos que criar um antídoto antes que os produtores rurais apenas possam negociar com um único grupo financeiro, impedindo assim a livre concorrência”, defendeu o parlamentar que também é coordenador da bancada.

Já o senador Waldemir Moka (PMDB) reiterou a importância de se averiguar a existência de monopólio, “a importante cadeia produtiva da carne pode enfrentar ainda mais problemas no futuro se não houver uma fiscalização”. O deputado Fábio Trad (PMDB) lembrou que “como vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça, defendo as regras da livre concorrência, até mesmo a pedido do Governo”, argumentou.

O senador Delcídio Amaral (PT), também se mostrou preocupado com os avanços deste único grupo que “trabalha com 30% de sua capacidade ociosa, ao mesmo tem que vem comprando outros pequenos frigoríficos”. O deputado Edson Giroto (PMDB), alegou que “a empresa está, até mesmo, com vans, vendendo carne nos bairros, atingindo as classes ‘C’ e ‘D’ e quebrando os pequenos frigoríficos”.

Francisco Maia, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), alertou para os perigos deste monopólio, pois, a empresa “já responde por 35% dos abates em Mato Grosso do Sul, 45% no Mato Grosso e também monopoliza os mercados do Acre, Rondônia e Goiás”.

O secretário Vinícius Carvalho antecipou que “atos para averiguar a concentração de mercado já estão sendo realizados e aguardo a manifestação do frigorífico, mas vou me reunir com os conselheiros da secretária até amanhã e analisar as informações”. Será marcada uma nova reunião, entre os parlamentares, lideranças e o secretário, para o mês de junho.

O deputado Homero Pereira (PSD-MT) também estava presente na reunião.“Vamos aguardar um posicionamento da Secretaria. Acredito que o caso tem que ser investigado. O Mato Grosso tem o maior rebanho do País e não podemos ficar na mão de um frigorífico só”, afirmou o parlamentar, que é titular da Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na Câmara dos Deputados.

Outros representantes de instituições também participaram da reunião como a ACRIMAT - Associação dos Criadores de Mato Grosso, UDR – União Democrática Ruralista, SRB – Sociedade Rural Brasileira, ABCZ- Associação Brasileira de Criadores de Zebu, ANPBC – Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte, ASFAX – Associação dos Fazendeiros do Alto Xingu, APR-MT – Associação dos Produtores Rurais de Mato Grosso e ABEG – Associação Brasileira dos Exportadores de Gado e da OAB/MS Ordem dos Advogados do Brasil seccional MS.

BNDES

O Grupo econômico do ramo de frigoríficos recebeu recursos do setor de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no começo de 2011. A participação do BNDES na empresa passou de 25% para 37,3%, possibilitando uma política mais agressiva de competição. A estratégia de compra de plantas e desativação de outros frigoríficos também acontece no Estado de São Paulo.


Deputado Geraldo diz que o frigorífico está adquirindo outras pequenas plantas e deixando desativadas, prejudicando os pecuaristas

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