Um ano de desafios
Após participar da solenidade de posse da presidente Dilma Roussef, me pus a meditar sobre as grandes transformações que o Brasil sofreu nos últimos 30 anos. Foram muitas e significativas, porém, ainda não suficientes para nos tirar do atraso em relação a outros países do Primeiro Mundo. Por isso, o ano de 2011 nos oferece muitos desafios, principalmente à nova presidente, que terá a oportunidade de dar início às reformas urgentes que o país requer.
No caso particular de Dourados, os desafios serão ainda maiores. Caberá ao prefeito que sair das urnas no próximo dia 6 de fevereiro a incumbência de reengrenar a máquina pública municipal, que teve muitas de suas peças solapadas ou danificadas pelo uso imprudente, indevido ou até criminoso dos mandatários que dela foram apeados após operações “Owari” e “Uragano”.
É certo que no curto período em que ficou à frente da administração, o juiz Eduardo Rocha deu o início ao processo de reordenamento e conserto dos desmandos de até então. Logo a seguir, a atual prefeita Délia Razuk deu continuidade, e daqui a pouco mais de um mês um outro comandante irá assumir a incumbência de prosseguir esse trabalho.
Continuando com os trocadilhos, podemos dizer que estão sendo muitos os solavancos, as mudanças de rota, substituição de operadores, troca de peças para uma máquina só, em tão pouco tempo! Isso sem contar que cada novo comando demanda um período até entender toda a situação e tomar as medidas corretivas. Comparativamente, é como trocar o pneu com o carro andando!
Daí podermos afirmar que será necessário uma junção de forças dos mais diferentes segmentos para auxiliar a futura administração a devolver Dourados a uma rota que, pelo menos, não iniba o desenvolvimento que a iniciativa privada vem imprimindo. E que os principais problemas, principalmente na área de saúde, sejam, ao menos, minorados.
Voltando a falar no âmbito nacional, as demandas são enormes e inadiáveis e as soluções devem começar ainda este ano, sob pena de perda da oportunidade oferecida pela nova administração federal. Em outras palavras, apenas dar continuidade aos avanços obtidos nos governos anteriores, não será suficiente para fazer do Brasil a nação que almejamos.
Um dos grandes gargalos que enfrentamos hoje é o chamado “custo Brasil”. Ou seja, os desperdícios ocasionados pela falta de uma infraestrutura adequada em vários setores, como de energia, de transportes, entre outros. Será preciso uma política consistente para a melhoria das nossas rodovias e ampliação da malha ferroviária e hidroviária, além de melhoramentos nos aeroportos.
No setor econômico é imprescindível a redução das taxas de juros por meio de uma reforma tributária que ajude as empresas a contratarem mais, pagarem melhores salários e poderem baratear seus produtos. Na saúde, é preciso melhorar a gerência dos recursos disponíveis e encontrar novas fontes de financiamento, sem, no entanto, aumentar a carga tributária; na educação, Dilma Roussef tem como missão avançar, e muito, para tirar o Brasil do atraso em que nos encontramos, pois atualmente apenas 43% dos trabalhadores com carteira assinada têm ensino médio e cerca de 15% dos jovens entre 15 a 17 anos estão fora das salas de aula.
Como vêem, 2011 é promissor. Vai depender muito do que nós conseguirmos fazer, seja como cidadãos que pressionam as autoridades para adotarem as políticas corretas, seja como homens públicos cumpridores do papel para o qual receberam a delegação do povo brasileiro. Vamos caminhar nessa rota. Um feliz 2011 para todos!
Médico e deputado federal (PMDB-MS)