Trilhos do desenvolvimento

Trilhos do desenvolvimento

Geraldo Resende

Há poucas semanas, os douradenses foram sacudidos com a informação de que o governo federal incluiu o município de Dourados na rota do Corredor Ferroviário Bioceânico, por meio das ações previstas no PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), ligando nossa cidade a Antofogasta, no Chile. Dias antes deste anúncio, estive em uma audiência na Casa Civil, da Presidência da República, defendendo a necessidade de que a obra da ferrovia que liga Dourados e Maracaju ao porto de Paranaguá, no Paraná, também fosse incluída no PAC 2.

A mim e aos outros deputados que la estavam, representando os quatro estados que compõem o CODESUL, Conselho de Desenvolvimento dos Estados do Sul, do qual o Mato Grosso do Sul também faz parte, o chefe de gabinete da ministra Dilma, Gilles de Azevedo, informou que a ministra faria todo o empenho para que esse projeto constasse no PAC 2, o que acabou acontendo na semana seguinte.

São notícias que nos deixam muito animados com a perspectivas de crescimento econômico que tais ferrovias poderão nos trazer. Precisamos trabalhar arduamente, junto todas as forças e correntes políticas para lutar neste e no próximo governo, para que esses projetos saiam do papel.O trecho da bioceânica entre Panorama e Santos, passando por São Paulo, já existe, porém, precisa ser readequado. O trecho entre Resistência, na Argentina, e Antofogasta, no Chile, também já está pronto. O trecho entre Dourados e Resistência ainda não existe, mas está previsto no mapa do PAC 2 como parte de estudo e projeto, e é nessa frente que precisamos trabalhar. A ferrovia atravessa o Paraguai, incluindo áreas de produção agrícola, na fronteira com o Brasil.

Esse é um dos projetos de maior importância para a nossa região produtora. Não só porque é um sonho antigo, desejado por vários presidentes, governadores e prefeitos. Mas também pelo significado que a obra tem e pelo impacto que certamente provocará na vida de todos. Serão os trilhos do desenvolvimento para todo o trajeto.

Em princípio, se discutia o corredor ferroviário através da linha férrea já existente, por Três Lagoas, Campo Grande e Corumbá. Mas a constatação dos técnicos mostra que, por Dourados, a ferrovia fica muito mais curta. E o ramal entre Panorama e Dourados é o maior indicativo de que a ferrovia deve mesmo passar por Dourados.

O Programa de Aceleração do Crescimento 2 prevê também a construção do trecho da Ferroeste entre Cascavel (PR) e Dourados. Esse trecho é apontado pela direção da Ferroeste, como uma das etapas essenciais para o projeto de integração do país através de ferrovias.

A confirmação dessas duas obras transformará a cidade de Dourados num entrocamento entre duas das mis importantes ferrovias do país: a Ferroeste e a Ferrovia Norte-Sul. A Ferroeste deve ligar o Porto de Paranaguá (PR) a Maracaju (MS). Mas, o projeto implica em uma grande luta política que viabilize o recurso que falta para a construção do ramal até Maracaju, pois o que está previsto no PAC 2 garante somente a construção do trecho entre Dourados e Cascavel.

Como já disse, esses projeto estruturantes necesitarão de todo o apoio das forças políticas do meu estado para tornarem-se reais. De minha parte, já assumi o compromisso e que faço questão de renovar aqui: vou lutar sem descanso pela garantia dos recursos que faltam para a execução das obras.

Não fosse por outra razão qualquer, pelo simples fato de que a construção desses trechos ferroviários vão deixar a região de Dourados conectada com todo o corredor ferroviário nacional. A Ferrovia Norte-Sul ligará Panorama a Barcarena, no litoral do Pará, e ao porto de Itaqui, no Maranhão.

Por outro lado, a partir de Panorama, será construída também com recursos do PAC o prolongamento da Ferrovia Norte-Sul, que cortará o Paraná e Santa Catarina e chegará ao porto de Rio Grande (RS). Também de Panorama se terá acesso ao Ferroanel, que passa por São Paulo, e vai ao porto de Santos.

No futuro, a Ferrovia de Integração do Oeste seguirá até Porto Murtinho, beneficiando Maracaju, Guia Lopes da Laguna e Jardim. É um cenário promissor e estimulante. Que coloca o Mato Grosso do Sul, definitivamente, no eixo do transporte ferroviário brasileiro. E que permite uma ampla perspectiva de crescimento para o setor produtivo, barateando o custo do frete e garantindo a chegada da nossa produção para o mercado exportador internacional.

Médico e deputado federal PMDB-MS


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