Senador: a hora de Dourados
06/02/2013 15h36
Há anos, desde o falecimento do saudoso senador Rachid Saldanha Dérzi, a população da Grande Dourados, do Cone-Sul e da Fronteira sonha com a possibilidade de ter um representante no Senado Federal. Nas eleições de 2010, faltou pouco para essa aspiração se concretizar, com a candidatura do atual prefeito douradense Murilo Zauith. O fato dele ter disputado com nomes de peso na política estadual e, mesmo assim, ter tido uma votação expressiva, demonstra que a região quer mesmo ter essa oportunidade.
No ano que vem, novamente teremos eleição para senador, desta vez com a abertura de apenas uma vaga, aquela que era ocupada pela atual conselheira do Tribunal de Contas do Estado, Marisa Serrano, e que no momento está sendo exercida pelo ex-deputado Ruben Figueiró, com a licença do titular, Antonio Russo.
Surge, então, novamente, a possibilidade de uma nova articulação atender esse anseio regional, caso o governador André Puccinelli não venha a ocupar esse espaço. E aí, acredito que o meu partido, o PMDB, tem nomes de peso para postular a indicação na chapa majoritária e nesse caso, colocoria meu nome, com muita humildade, para apreciação dos companheiros peemedebistas.
A imprensa de Campo Grande já divulgou a pretensão da vice-governadora Simone Tebet, de Três Lagoas, para a mesma eventualidade de André Puccinelli não sair candidato a senador. O desejo dela é legítimo. O nome da vice-governadora é representativo e, como outros eventuais interessados, eça tem o direito de postular essa vaga pelo PMDB.
Entendo que o governador hoje é a única unanimidade do partido. Por isso, acredito que se ele abrir mão da postulação para cuidar dos netos, conforme têm afirmado em alguns momentos poderá haver um salutar debate interno e desta forma, poderei colocar meu nome à disposição do partido, sem nenhum demérito tanto à vice-governadora quanto a outros nomes peemedebistas expressivos.
Uma jornalista me perguntou se a disputa interna não vai acirrar os ânimos e aumentar a crise no PMDB. Minha resposta foi a de que vai acontecer exatamente o contrário. Com vários nomes postulando a indicação, abriremos uma discussão interna muito interessante, que vai fortalecer o partido. Ninguém almeja a crise. Almejamos, isso sim, a democracia, e isso é o que o PMDB aprendeu a praticar ao longo de sua existência.
As especulações, naturais nesse período, é a de que meu colega deputado federal Edson Giroto também chegou a manifestar interesse pela disputa por uma vaga de senador em 2014. Repito: se o André recuar, o Girotto é um nome de peso, porém eu também me coloco com o forte argumento de que o Senado é a delegação que falta para a Grande Dourados atingir a representação que espera em âmbito político.
Na verdade, os representantes dessa região, não apenas do PMDB, mas de outras agremiações partidárias, precisam estar atentos, pois em todas as eleições, forças políticas de várias regiões do Estado se movimentam com muita antecedência visando garantir presença na chapa majoritária e nós, da Grande Dourados, acabamos indo a reboque dessas articulações, ficando com as migalhas que sobram. Na última eleição estadual, por exemplo, a região ficou sem indicar o candidato a vice-governador, fato que não acontecia havia duas décadas, desde o mandato de Marcelo Miranda.
Para que essa representatividade não venha a diminuir cada vez mais, é necessária a união da classe política, pois precisamos ter responsabilidade para construir alternativas viáveis eleitoralmente, que garantam que Dourados e região cresça no contexto político estadual. Para isso, porém, não podemos esperar que as peças desse jogo sejam movidas apenas pelas forças políticas da capital e de outras regiões.
Particularmente, em minhas andanças pelos municípios da Grande Dourados, Cone-Sul e Fronteira, rotineiramente sou questionado sobre a razão dessa região não conseguir eleger um Senador, uma vez que metade do eleitorado sul-mato-grossense está nessa região.
Geraldo Resende - deputado federal - PMDB