Hospital da Vida: um alerta
Antes de sair em viagem para a Europa, onde participo de missão oficial, externei com minha equipe uma preocupação: a da extrema morosidade com que a Prefeitura conduz alguns processos para a utilização de recursos que viabilizei para a minha querida Dourados. Entre eles, aqueles destinados à reforma e ampliação do Hospital da Vida.
Chega a ser cansativo, mas não é demais pedir às autoridades municipais que levem em conta a angústia da população quanto a problemas que se arrastam na área de saúde e que poderiam estar, no mínimo, minorados há vários meses ou há anos. No caso do Hospital da Vida, seria de bom senso que a Prefeitura solucionasse pendências que o Ministério da Saúde apontou em outubro do ano passado; portanto, há mais de sete meses.
Pergunta-se: e se as correções efetuadas não ficarem a contento do Governo Federal e forem solicitadas outras, quanto tempo demorará, ainda, para que se possa corrigi-las? Outros sete meses?
A verdade é que essa novela já se arrasta há muito mais tempo do que deveria. Afinal, os recursos para a reforma daquele hospital foram por mim viabilizados em 27 de dezembro de 2007, ou seja, já se passaram dois anos e cinco meses! Isso sem falar que nesse período, vários episódios deveriam ter feito as autoridades municipais acelerarem o passo na melhoria de sua estrutura, como por exemplo, as quase 500 mortes que ocorreram em 2008 e no primeiro semestre de 2009, conforme apontou relatório do DENASUS.
O interessante é que enquanto o Município patina, ainda assim, vamos fazendo nossa parte lá em Brasília, desencravando recursos e mais recursos para a cidade. Antes de viajar, por exemplo, deixei engatilhados empenhos que saíram essa semana para a construção da Praça do Parque Ambiental do Córrego Rego d’Água e para a conclusão do projeto de revitalização da Rua Toshinobu Katayama.
Somente para o Hospital da Vida, estão “dormindo” nada mais, nada menos do que R$ 1.346.269,70, que garanti no Ministério da Saúde. Essa semana, caíram limpinhos, na conta da Prefeitura, mais R$ 487,5 mil para a praça do Rego d’Agua (que também enfrenta problemas de morosidade, que vêm da administração anterior) e a R$ 390 mil para a Toshinobu Katayama (outra obra que enfrentou diversos obstáculos burocráticos).
As liberações dessa semana são apenas uma parte daquilo que tenho trazido para Dourados, sendo que nada mais, nada menos do que 15 ações, tanto na área de saúde, quanto nas de infraestrutura, assistência social e esportes poderiam, no mínimo, estar em andamento ou já sendo usadas pela população.
Assim não fosse, já estaríamos vendo se delinear, no Parque Alvorada, pelo menos os alicerces da Clínica da Mulher; no Parque das Nações, o Centro de Convivência do Idoso; em local ainda indefinido pela Prefeitura, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento); a quadra de esportes do Centro de Geração de Renda da Pessoa com Deficiência Dorcelina Folador; e seis novos postos de saúde, que beneficiarão as regiões Altos da Monte Alegre, Campo Durado, Jardim Oliveira II, Jardim Guaicurus, Altos do Indaiá e Vila Industrial.
O alerta que faço, mais uma vez, é para que não nos esqueçamos de que todos os recursos viabilizados junto ao poder público, são resultado da labuta de cada cidadão que trabalha e paga seus impostos. Utilizá-los em tempo hábil e de forma eficaz é o mínimo que ele espera de seus representantes.
- Médico e deputado federal (PMDB-MS)