A praça do povo

Ontem, caminhando pela cidade, vi luzes de natal / Vi uma praça, como há muito tempo eu não via, / Tinha gente / Muita gente / Tinha crianças correndo, / famílias sentadas, piquenique / Meninas deslizando em seus patins / Casais de namorados / Tinha algodão doce, pipoca e maçã do amor, / Tinha música / Risos / Sorrisos / Tinha senhores jogando Damas / Crianças jogando bolas / Uma igreja enfeitada / Uma praça, onde tinha Marias, Josés, Antônios e Joãos… / Eu não imaginava o quanto fazia falta para uma cidade Dourada a presença de uma praça, / Nunca havia pensado quanta luz uma praça traria a uma cidade desmotivada, / Ontem eu vi uma cidade se reerguer em sorrisos, risos, conversas, fraternidades, / amizades, e gente, muita gente ocupando o mesmo espaço, e felizes por estarem ali… / Ontem eu vi uma luz… / Ontem eu vi uma luz… / Boa noite!

(Céllia Fernanda Pietramale Ebling)

Ao ler a coluna “Antenado”, desta terça-feira (14), assinada pelo jornalista Luis Carlos Luciano, deparei-me com o poema acima. Confesso que fiquei muito feliz ao perceber que o sentimento que eu tive, quando circulei pelo interior da Praça Antonio João no final de semana, foi expresso de forma tão realista pela sua autora. Tomei a liberdade de reproduzi-la neste artigo, para comentar a minha visita àquele espaço.

Na verdade, ao circular naquele logradouro, percebi uma alegria que há muito não se via no semblante de muitos douradenses. Conversei e abracei muitas crianças, jovens, adultos e pessoas de idade, alguns dos quais me cumprimentaram pelo fato de ter sido o responsável pelos recursos que possibilitaram a revitalização do espaço, que ficara dois anos encoberto pelos tapumes, por causa da demorada e problemática reforma.

Porém, algumas das milhares que foram ver a nova praça, não tinham conhecimento de qual foi o agente político que trabalhou pela sua reforma. Tudo bem. O importante é que os R$ 1,2 milhão que tão arduamente viabilizei em Brasília finalmente estão fazendo sentido, ao serem aplicados naquilo que a população douradense, em especial os pioneiros e os empresários da área central, que cobraram providências para o abandono em que aquele logradouro se encontrava.

Na verdade, desde que assumi o compromisso com as pessoas que me procuraram, abraçando a proposta de reforma e revitalização da Praça Antonio João, entendi, como entenderam também os que a propunham, de que o objetivo da reforma seria promover o resgate de valores e tradições que marcaram a vida de muitas pessoas, que tinham a praça como o principal ponto de encontro em Dourados.

Além disso, a Praça Antonio João, pela sua localização estratégica, deve ser o “cartão de visitas” de nossa cidade, e havia necessidade de dotarmos aquele espaço de condições para que tenhamos orgulho de convidar os nossos visitantes para conhecê-lo, pois tal como se encontrava, isso não era possível.

A reforma significa a valorização do próprio município. “A história da Praça Antônio João se confunde com a de Dourados, já que o município cresceu e se desenvolveu em volta da mesma”, nos disse, certa vez, a saudosa pioneira Ercília de Oliveira Pompeu. “A revitalização será o ponto de partida para devolver sua antiga beleza, além do que ela também se constitui num dos elementos culturais de Dourados”, ensinou a nobre senhora.Com a reabertura, começamos a fazer algumas reflexões: quem não se lembra que há dois anos a praça se transformava num breu por falta de iluminação e servia até de esconderijo para meliantes? Quem não se lembra do acúmulo de água parada nas estruturas que deveriam ser uma espécie de lâmina d’água para contemplação dos visitantes? Alguém já se esqueceu da falta de acessibilidade, dos desníveis na calçada, da falta de manutenção nas árvores e demais plantas ornamentais?

Hoje, isso já começa a ser passado. É bem verdade que a revitalização Praça Antonio João ainda não está pronta. Falta a colocação da tenda para o espaço multiuso, a concha acústica e a fonte luminosa. Todas essas estruturas estão sendo providenciadas pela administração municipal, que está refazendo algumas licitações para a escolha de novas empresas que vão fornecer os equipamentos e executar os serviços.

O prefeito que passou como um furacão por nossa cidade, causando estragos em todos os setores, também deixou sua marca nefasta na Praça Antonio João. Por diversas vezes, ele interferiu no projeto arquitetônico inicial, que além de atrasar o cronograma da entrega, ocasionou mudanças que pioraram a proposta original. Mas apesar dos pesares, a praça está aí. Realmente, como disse a poetisa do início deste artigo, estamos vendo uma luz.

Médico e deputado federal (PMDB-MS)



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