A pátria somos nós

A pátria somos nós

Geraldo Resende

A semana em que comemoramos a independência do Brasil nos leva a diversas reflexões, principalmente sobre o papel que cada um de nós exerce, como agente público ou cidadão. Comemorar a data magna do país é manter acesa a chama do civismo, que se expressa não apenas com palavras, mas também com ações. Aliás, estas valem muito mais do que aquelas.

Vivemos no Brasil momentos cruciais, em que o nosso civismo é constantemente posto à prova. Os escândalos que pipocam em diversas partes do país e nos mais diversos segmentos sociais fazem muitos ficarem descrentes de vale a pena acreditar na existência de boas intenções na classe política. A idéia de alguns é de que todos estão querendo levar vantagem, a todo momento, mas isso não é verdade.

Em todos os lugares por onde vamos, encontramos demonstrações de civismo e amor à pátria. Nas cidades por onde passo, nas vilas, nas escolas, nas empresas e nas instituições, nos deparamos com pessoas que podem ser consideradas verdadeiras heroínas da Pátria. Pais de família que saem cedo para o trabalho, labutam o dia todo e voltam, às vezes somente à noite e que dignamente garantem o sustento de seus filhos, são verdadeiros exemplos do civismo que ainda existe.

Temos, em todas as instituições, pessoas que trabalham na filantropia e em entidades assistenciais, pensando, exclusivamente, em construir um Brasil melhor e, consequentemente, um mundo melhor. Nas empresas, temos exemplos de funcionários, que não teriam coragem de levar para casa um centavo sequer que não lhe pertencesse.

Nas clínicas, hospitais e postos de saúde encontramos funcionários que doam horas preciosas de suas vidas para dar um pouco de alento e esperança aos pacientes. Nos órgãos públicos, a despeito do conceito que predomina perante o imaginário popular, há servidores honestos, preocupados em agilizar o atendimento ao público.

Nas casas legislativas como Câmaras Municipais, Assembléias Legislativas, Câmara Federal e Senado, a grande maioria é composta por membros que têm como norte cumprir o juramento feito durante suas posses. Ocorre que a quantidade de escândalos feitos por uma minoria acaba se sobressaindo no noticiário – e isso é bom que ocorra – levando a opinião pública a se escandalizar e indignar com os acontecimentos. O que não se pode é perder a esperança por se pensar que a maioria dos políticos age da mesma forma que os protagonistas de escândalos e maracutaias.

Precisamos deixar um mundo melhor para nossos descendentes. E amar a Pátria é um caminho nessa direção. Porque quem ama a Pátria, nunca terá coragem de lesá-la, de pisotear sobre sua Constituição, de surrupiar recursos públicos que deveriam ser destinados à melhoria das condições de vida de sua gente.

Os homens públicos, principalmente, são aqueles que disputam o voto assumindo o compromisso de, acima de tudo, amarem a Pátria. Ao viabilizarem recursos para uma obra social, como uma creche, a construção de um hospital ou um posto de saúde, a implantação de uma rede de esgoto, drenagem ou pavimentação asfáltica; a luta pela construção de uma escola, uma praça de lazer, uma quadra de esportes, enfim, ao trabalharem pela população de sua base eleitoral, na verdade estão honrando esse compromisso.

Mas quero enfatizar que o civismo cabe a todas as pessoas. E elas devem ser ensinadas, desde pequenas, a amarem a terra onde nasceram. Ao incutir nelas o sentimento de respeito ao próximo, a consciência de seus deveres, noções de justiça, ética e responsabilidade, nós adultos, estamos lhes ensinando a amarem a Pátria.

Os adultos, por sua vez, precisam escolher melhor seus representantes. Porque aqueles que votam em troca de favores estão ajudando a perpetuar o mau-caratismo na política, o anti-civismo e o desrespeito à Pátria. Aqueles que apenas se limitam a criticar a classe política e a cada eleição votam nos mesmos que criticaram, infelizmente, estão desconstruindo o futuro melhor que queremos e adiando o encontro das futuras gerações com uma Pátria mais feliz.

Médico e deputado federal PMDB-MS


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