“Fechar a psiquiatria da Santa Casa é um erro”, afirma Geraldo Resende

06/09/2017 16h25

O deputado Geraldo Resende (PSDB) utilizou a tribuna do Plenário da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (06), para se posicionar em relação ao fechamento do setor de psiquiatria da Santa Casa de Campo Grande. O parlamentar defendeu diálogo e financiamento especial para a continuidade da prestação do serviço.

"Fechar os 10 leitos de psiquiatria da Santa Casa com décadas de história é um grande erro. Esses leitos são os poucos na macrorregião de Campo Grande que atendem casos psiquiátricos não ligados a álcool e drogas, como bipolaridade, depressão profunda, dentre outras. Eles correspondem a 20% das vagas de psiquiatria da capital", afirmou Resende.

Segundo o diretor-presidente da Associação Beneficente de Campo Grande, mantenedora da Santa Casa, Esacheu Nascimento, o custo médio mensal do departamento de psiquiatria é de R$ 440 mil e a receita para custear o serviço é de R$ 19 mil. A Santa Casa ainda enfrenta um déficit mensal de R$ 3 milhões.O deputado Geraldo Resende conversou por telefone com o Esacheu e com a secretária adjunta de Saúde do município, Andressa de Lucca Bento. Para a secretária adjunta, a Prefeitura repassa mensalmente para a Santa Casa R$ 20 milhões, sendo que R$ 4,2 milhões de recursos próprios.

A Administração Municipal também propôs aumentar em seis vezes os valores específicos para o setor de psiquiatria e credenciar mais leitos para aumentar os repasses. A direção da Santa Casa não demonstrou interesse.

A proposta da Santa Casa é transferir os pacientes, a equipe médica e o custeio para o Hospital Nosso Lar. Ao todo, o município possui 52 leitos para a especialidade, mas as vagas que ficam no Hospital Regional Maria Pedrossian e em Centros de Referencia são destinados a distúrbios ligados ao uso de álcool e drogas.

Geraldo Resende defende a utilização da lei 7.606/17 para sanar os problemas financeiros da Santa Casa. A lei criou o Programa de Financiamento Preferencial às Instituições Filantrópicas e Sem Fins Lucrativos no âmbito das instituições financeiras oficiais federais, o Pró-Santas Casas.

"Conversei sobre a lei 7.606/17 com os secretários adjuntos de saúde do Estado e do Município, bem como com a direção do hospital. Somo-me a classe médica que é contrária ao fechamento do setor de psiquiatria da Santa Casa, colo-me a disposição para fazer parte da mesa de negociação junto com os gestores estadual e municipal de saúde e reitero de que fechar a psiquiatria da Santa Casa de Campo Grande não é um erro", finalizou Resende.



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