30/12 o dia que não acabou...

Utilizo este espaço para dialogar direto com o leitor e relatar alguns fatos que, por vezes, não são divulgados na mídia

Na manhã do dia 30 de dezembro do ano passado, já estava ansioso pelo cumprimento de um compromisso que havia costurado politicamente há algumas semanas: o empenho de R$12 milhões para asfaltar bairros em Dourados. Essas regiões estavam esquecidas por administrações passadas e lideranças políticas, durante muitos anos. Estávamos resgatando uma importante dívida com esses moradores.

Em Brasília, é preciso acreditar no impossível, lutar bastante, trabalhar sem limites para atingir determinados objetivos. Em 2010, eu e minha equipe, realizamos reuniões nos bairros de minha cidade e escutamos da população quais seriam as prioridades das ações a serem realizadas naquelas localidades. Com esses dados em mãos, solicitamos um projeto à Secretaria de Obras do Estado e fomos realizar a gestão política para empenhar uma emenda neste valor, de modo a contemplar a ação.

O empenho de um valor é quando o Governo Federal reserva aquele recurso para aplicação específica no ano seguinte, ou seja, é preciso ocorrer até o último dia útil do ano de exercício orçamentário, o qual foi destinado. No caso desses R$ 12 milhões, o último dia seria 30 de dezembro de 2011, e estávamos nesta data.

Minha ansiedade se justificava, pois, o acordo com o Palácio do Planalto já estava celebrado há semanas, só faltava o empenho do valor e, como é de meu feitio, só acredito vendo. Aguardava impaciente a nota de empenho.Não foi fácil, por meio de argumentos técnicos, destinar para Dourados, o maior valor para asfaltamento, já angariado, na história daquele município.Naquela manhã, o assessor especial da Presidência da República me garantiu que a mensagem, com o limite para empenhar aquele valor, na conta do Governo do Estado, já havia sido enviada ao Ministério da Integração Nacional. Conhecedor de execução orçamentária, ainda antes do meio dia, já estava na Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), órgão que empenharia o recurso.

Depois de algumas horas na Sudeco, obtive a informação que a mensagem com limite orçamentário havia saído do Palácio do Planalto, chegado no Ministério da Integração Nacional e de lá... Ninguém mais tinha notícias, coisas que acontecem em Brasília, nos últimos dias do ano...

Quem me conhece sabe, ciente desta “aparente” confusão na destinação do valor, o sangue ferveu... Fui direto para a Presidência da República, cobrar o acordo fechado comigo e ansiado pela população de Dourados. Novamente, filas, “chá de cadeira”. Já estávamos no meio da tarde quando o secretário-executivo do Ministério da Integração foi chamado na Presidência para explicar o que aconteceu: “o valor foi empenhado para outros lugares”, disse ele, depois deu as costas e foi embora.

Peguei o carro e fui até o Ministério, chegando lá, fui barrado pelos seguranças. Liguei para o senador Moka que, junto com minha assessoria, tentava encontrar o ministro para resolver aquela situação. Defendendo os interesses de Mato Grosso do Sul, novamente argumentei com o secretário-executivo.

O segundo homem na hierarquia da Pasta pediu desculpas pelo “engano” e começou a cancelar os outros empenhos até chegar ao valor de R$ 10 milhões. Com a generosa contrapartida do Governador André, conseguimos, depois das 19 horas daquele dia, o valor prometido R$ 12.061.524,00, para asfaltar os residenciais Oliveira I e II, Vila Martins, Vila Viegas, Vila Industrial, Altos do Indaiá e Vila São Braz.

Existem duas formas de contar o tempo, a cronológica e a psicológica, na primeira, aquele dia 30 de dezembro já acabou. Mas, quando lembro o que nós passamos naquele dia, ainda fico emocionado. No final, deu tudo certo. Conseguimos. Vitória do povo de Dourados!



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