Geraldo quer investigação rigorosa sobre morte de gestante indígena em Paranhos
O deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS), acionou o coordenador Arildo Alves Âlcantara do Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul (DSEI-MS), o Promotor Gabriel da Costa Rodrigues Alves, do Ministério Público Federal de Ponta Porã e Maurício Simões, Secretário Estadual de Saúde, através do Comite Estadual de Morte Materna e Infantil, solicitando uma investigação rigorosa de todas as instituições responsáveis pela população indígena tão logo soube da morte da indígena gestante de 40 semanas Lalinda Duran, 37 anos, e o feto dela na aldeia indígena Potrero Guaçu, no município de Paranhos, no sul do Estado, fronteira com o Paraguai. A morte da mãe e do bebê, no último dia 14 deste mês, ocorreu, supostamente, por demora no atendimento na área de saúde indígena responsabilidade dos DSEI’s.
O parlamentar quer que haja uma punição rigorosa e também responsabilização dos eventuais culpados “para que acontecimentos trágicos como esse não mais aconteçam no nosso Estado”.
“Se for constatada a veracidade das denúncias que estão sendo feitas pela comunidade indígena, essa morte é um retrato da negligência das instituições que deveriam cuidar das mulheres residentes nas aldeias indígenas do nosso Estado”, salienta Geraldo Resende, que deverá entregar um documento para a Comissão Especial sobre a Violência Obstétrica e Morte Materna no Brasil, do qual é membro titular. Os números de casos semelhantes envolvendo a morte de crianças nos primeiros meses de vida são assustadores. Além do falecimento da indígena na cidade fronteiriça com o Paraguai há relatos envolvendo a morte de gestantes indígenas nas cidades de Caarapó e Dois Irmãos do Buriti.
O fato veio a público por meio de postagens em redes sociais feita pela Grande Assembleia das Mulheres Kaiowá e Guarani (Kuñangue Aty Guasu), com denúncia de negligência por parte da SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) Pólo de Paranhos (município situado no extremo sul de Mato Grosso do Sul), devido à morte da paciente Lalinda Duram, 37 anos, e o feto dela, ocorridos no último dia 14 de junho.
De acordo com a denúncia, a falta de atendimento resultou na morte materna e fetal, ocorrida na madrugada do dia 14 de junho, quando uma pessoa de nome Fátima, teria se deslocado à residência da gestante Lalinda Duram, e às 3h14 horas teria ligado para o plantão do polo da SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) de Paranhos, não obtendo êxito, mesmo tendo ligação por cinco vezes sem sucesso.
“Diante disso, no desespero, a mesma tentou entrar em contato com enfermeiro chefe Sidney às 3h17 e, às 3h19 também não obteve resposta. E assim continuou buscando ajuda e mandou, às 3h21, mensagem no grupo dos funcionários da saúde indígena da aldeia Potrero e também não teve resposta”, diz a postagem.
“Como não teve resposta dos plantonistas e nem nos grupos de agente de saúde pública, a mesma ligou diretamente para o Hospital, sendo atendida pela recepcionista que explicou que só poderiam liberar a ambulância com a anuência da equipe da SESAI, tendo passado o número de celular do plantonista da SESAI para a recepcionista, que também não obteve êxito”, relata a denúncia.
O texto diz ainda que “com o fracasso na tentativa de buscar socorro, Fátima pediu ao seu companheiro para levar a paciente ao hospital de carro particular e, ao chegarem no hospital às 4h20 horas foram atendidas pela equipe de plantão, porém, 7 minutos depois, exatamente às 4h27 horas da manhã o médico, Dr. Pablo comunicou que a paciente já estava morta”.